Após atentados, "Paris É uma Festa", de Hemingway, vira febre na França
O romance "Paris É uma Festa", memórias alegres e ternas do escritor norte-americano Ernest Hemingway relatando sua temporada na capital francesa nos anos 1920, ganhou novo sopro de popularidade desde os atentados da última sexta-feira (13).
O livro do autor de "Por quem os Sinos Dobram" está voando das prateleiras das livrarias parisienses. Exemplares foram colocados entre flores e velas diante da fachada atingida por balas de um dos bares atingidos pelos terroristas.
O livro também é encontrado diante da casa de shows Bataclan, centro da chacina que deixou 129 mortos e 352 feridos. Durante o minuto de silêncio em homenagem às vítimas na última segunda (16), inúmeras pessoas seguravam um exemplar nas mãos.
"Paris É uma Festa" era nesta quarta-feira o mais vendido da seção de biografias do site Amazon. O livro está atualmente em falta no estoque da gigante americana da distribuição on-line.
Em geral, os livreiros vendem 10 exemplares da obra de Hemingway por dia. "Neste momento, são 500", contou David Ducreux, assessor de imprensa da editora Folio, que publica o romance.
Enquanto 8.000 exemplares de "Paris É uma Festa" são vendidos em média anualmente, a editora previu uma reimpressão de 15.000 exemplares do livro.
Esse entusiasmo lembra o que foi gerado em torno do "Tratado da Tolerância" de Voltaire, em janeiro, após o ataque contra a revista Charlie Hebdo. A editora teve que fazer uma reedição do livro do filósofo depois de vender 120.000 cópias.
"Paris É uma festa" pode ser descrito como uma homenagem a uma cidade, aquela dos anos 1920, vibrante de cultura. É possível cruzar com artistas que frequentavam à época o bairro de Montparnasse, além de encontrarmos com a colecionadora Gertrude Stein, o poeta Ezra Pound, o escritor James Joyce.
"Essa era a Paris da nossa juventude, onde éramos muito pobres e muito felizes", escreve Hemingway. "Paris sempre vale a pena, e retribui tudo aquilo que você lhe dê."
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