Fortaleza de 2.000 é descoberta em Jerusalém

Jerusalém, 3 Nov 2015 (AFP) - Israel garantiu nesta terça-feira ter solucionado um dos grandes mistérios da arqueologia com a descoberta, perto da Cidade Velha de Jerusalém, dos restos de uma fortaleza do século II pré-cristão.

Há mais de um século os arqueólogos tentavam localizar a cidadela fortificada construída por Antíoco IV Epifânio, rei da dinastia selêucida que viveu há mais de 2.000 anos.

"Os arqueólogos acreditam que a secção da fortificação que foi recentemente descoberta nas obras de um parque de estacionamento foi parte das defesas construídas sobre Cidade de Davi durante o reinado de Antíoco", entre 215 e 164 pré-cristão, informou em comunicado a autoridade de Antiguidades de Israel.

A Cidade de David é um sítio arqueológico israelense localizado no bairro palestino de Silwan, em Jerusalém Oriental.

"Depois de mais de cem anos de buscas arqueológicas em Jerusalém, havia muitas teorias sobre sua localização. A incerteza veio da escassez de vestígios para encontrar a pista da presença grega em Jerusalém", acrescentou o comunicado.

Sua existência já havia sido mencionado por Flávio Josefo, historiador judeu que viveu no primeiro século depois de Cristo.

As escavações descobriram os restos de uma torre que, segundo os arqueólogos, media 20 metros. Também descobriram bolas de chumbo, pontas de flechas de bronze e uma marca característica do reinado de Antíoco.

"Todos esses achados são vestígios das batalhas que ocorreram na época dos asmoneus em sua tentativa de conquistar a cidadela", disse a autoridade.

Antíoco IV, rei do império Selêucida, uma dinastia helenística, construiu a cidadela para controlar Jerusalém e monitorar o Templo dos judeus.

Durante seu reinado, tentou helenizar à força a região de Judeia, proibindo o judaísmo e dedicando o Templo de Jerusalém aos deuses gregos. Mas sua política deu origem a uma revolta, e o templo foi finalmente destruído no ano 141 antes de Cristo pelos asmoneus, uma dinastia judaica.

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