Nobel de Literatura diz que ama o mundo russo, mas não seu totalitarismo
Minsk, Bielorrússia, 8 Out 2015 (AFP) - A escritora bielorrussa Svetlana Alexievich afirmou sentir uma grande alegria por ter conquistado nesta quinta-feira o Prêmio Nobel de Literatura, e enfatizou que "não faz concessões ao poder totalitário".
"Eu amo o mundo russo, mas não o mundo russo humano. Não amo Beria, Stalin, Putin e Choigou", enfatizou, referindo-se a Lavrentiy Beria, um dos principais nomes da repressão do ditador russo Joseph Stalin, e Sergei Choigou, ministro da Defesa do presidente russo Vladimir Putin.
Sobre o Nobel de Literatura, dedicou o prêmio a seus conterrâneos.
"Esta é uma recompensa não apenas para mim, com também para nossa cultura, nosso pequeno país", declarou à imprensa. "É difícil ser uma pessoa honesta, mas não se pode fazer concessões ante o poder totalitário", destacou.
"Eu não nasci dissidente", havia declarado a nova Prêmio Nobel de Literatura em uma entrevista publicada em um livro que reúne a maior parte do seu trabalho e publicado na quarta-feira na França.
"Como todas as estudantes soviéticas, eu lia a literatura autorizada, que incluía um monte de histórias de guerra em um tom muito mais vitorioso e heroico", conta a escritora questionada pelo filósofo Michel Eltchaninoff.
Esta entrevista acompanha três das maiores obras de Svetlana Alexijevich publicadas em um volume único da coleção thesaurus da editora Actes Sud.
Trata-se de três "romances de voz" que combinam os mais terríveis testemunhos e os aspectos mais íntimos das duas tragédias do século soviético: a Segunda Guerra Mundial, contada a partir da perspectiva das mulheres que vivenciaram a experiência ("La guerre n'a pas un visage de femme") e daqueles que eram apenas crianças na época ("Derniers témoins") e o desastre nuclear de Chernobyl ("La supplication").
Ao se concentrar no cotidiano, nos detalhes prosaicos que fazem uma vida, a romancista compõe polifonias singulares distantes da doxa patriótica, heroica e sacrificial dos livros lidos durante a sua infância.
tk-ma/del/fg/gm-dmc/jz/cn
"Eu amo o mundo russo, mas não o mundo russo humano. Não amo Beria, Stalin, Putin e Choigou", enfatizou, referindo-se a Lavrentiy Beria, um dos principais nomes da repressão do ditador russo Joseph Stalin, e Sergei Choigou, ministro da Defesa do presidente russo Vladimir Putin.
Sobre o Nobel de Literatura, dedicou o prêmio a seus conterrâneos.
"Esta é uma recompensa não apenas para mim, com também para nossa cultura, nosso pequeno país", declarou à imprensa. "É difícil ser uma pessoa honesta, mas não se pode fazer concessões ante o poder totalitário", destacou.
"Eu não nasci dissidente", havia declarado a nova Prêmio Nobel de Literatura em uma entrevista publicada em um livro que reúne a maior parte do seu trabalho e publicado na quarta-feira na França.
"Como todas as estudantes soviéticas, eu lia a literatura autorizada, que incluía um monte de histórias de guerra em um tom muito mais vitorioso e heroico", conta a escritora questionada pelo filósofo Michel Eltchaninoff.
Esta entrevista acompanha três das maiores obras de Svetlana Alexijevich publicadas em um volume único da coleção thesaurus da editora Actes Sud.
Trata-se de três "romances de voz" que combinam os mais terríveis testemunhos e os aspectos mais íntimos das duas tragédias do século soviético: a Segunda Guerra Mundial, contada a partir da perspectiva das mulheres que vivenciaram a experiência ("La guerre n'a pas un visage de femme") e daqueles que eram apenas crianças na época ("Derniers témoins") e o desastre nuclear de Chernobyl ("La supplication").
Ao se concentrar no cotidiano, nos detalhes prosaicos que fazem uma vida, a romancista compõe polifonias singulares distantes da doxa patriótica, heroica e sacrificial dos livros lidos durante a sua infância.
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