Jovens palestinos lançam intifada 2.0 nas redes sociais
Ramallah, Territórios palestinos, 8 Out 2015 (AFP) - A propagação nas redes sociais de vídeos de palestinos que esfaqueiam israelenses e lançam pedras contra soldados inflama uma juventude disposta a lutar contra a ocupação.
A hashtag "#A intifada começou", em árabe, acompanha muitas convocações de manifestações nas redes sociais. Tem até seu logotipo: um jovem mascarado que lança pedras em um halo com as cores da bandeira palestina. A hashtag "#Intifada de Jerusalém" também é muito popular.
Pouco depois da morte de um palestino de 21 anos, que faleceu ao detonar o artefato que queria lançar sobre soldados israelenses em um posto de controle na Cisjordânia ocupada, Mohamed Halabi, de 19 anos, compartilhava uma foto do falecido em sua página do Facebook e escrevia: "a terceira Intifada começou".
Dias depois, ele matou dois israelenses a facadas na Cidade Velha de Jerusalém, antes de ser abatido.
Na era dos telefones celulares e das redes sociais, os vídeos deste ataque viralizaram quase imediatamente.
O grupo extremista Jihad Islâmica afirmou que Halabi era um de seus membros. Pouco depois começou a circular um vídeo com o logotipo das Brigadas Al-Quds, o braço armado deste movimento, que fazia apologia aos atentados suicidas que semearam o pânico em Israel durante a segunda intifada, iniciada no ano 2000.
Em suas imagens é possível ver um jovem sorridente, que imita as mensagens de vídeo gravadas pelos suicidas antes de seus ataques. Mãos com luvas dão o último retoque a um cinturão de explosivos. O vídeo foi visto quase 40.000 vezes.
O vídeo da morte de Fadi Alun, de 19 anos, abatido depois de ter ferido com uma faca um pedestre israelense, segundo a polícia, foi visto cerca de 100.000 vezes.
"Mostrar nossa solidariedade"As imagens que tomam conta das redes sociais têm um verdadeiro impacto nas mentes das pessoas. "Todos os dias vemos um novo mártir, então o mínimo que podemos fazer para mostrar nossa solidariedade é mudar nossas fotos de perfil, compartilhar as imagens", explica em Ramallah uma jovem manifestante que se nega a dar seu nome.
Os selfies de lançadores de pedra tendo como pano de fundo pneus ardendo ou bombas de gás lacrimogêneo fazem sucesso.
Em todos os locais onde ocorrem confrontos, muitos dos que lançam pedras sobre os soldados israelenses são jovens, incluindo crianças.
Correm mais riscos que os adultos porque "não têm a noção do perigo nem a de vigilância", explica o psicólogo e universitário Najah al-Khatib. E as crianças e os adolescentes são "mais permeáveis que os adultos ante as imagens dos meios de comunicação", afirma, opinando que os mártires são símbolos para eles.
Mustafa, de 10 anos, diz, com sua voz de criança, que "gosta de lançar pedras contra os soldados, assim como os outros jovens". "Quero morrer como um mártir", afirma.
Dois jovens de 13 e 18 anos morreram desde domingo em confrontos.
A geração de Mustafa não viveu a segunda Intifada mas, 15 anos depois, está convencida de que "libertará a Palestina".
"Vivemos coisas tão duras desde nosso nascimento que não podemos mais suportar a ocupação que torna a nossa vida impossível", afirma Ahmed, de 16 anos.
Outros dois adolescentes explicam que ficam horas lançando pedras. Com a mochila nas costas, dizem que "foram para lá diretamente da escola". Quando são questionados sobre a razão para fazer isso, se ofendem. "Por quê? Poderia encontrar um novo motivo por dia: os ataques contra a Al-Aqsa, as crianças mortas, a ocupação... Então hoje, está decidido, queimamos tudo!".
he-sbh/lal/dms/jri/gm/jz/ma/mvv
A hashtag "#A intifada começou", em árabe, acompanha muitas convocações de manifestações nas redes sociais. Tem até seu logotipo: um jovem mascarado que lança pedras em um halo com as cores da bandeira palestina. A hashtag "#Intifada de Jerusalém" também é muito popular.
Pouco depois da morte de um palestino de 21 anos, que faleceu ao detonar o artefato que queria lançar sobre soldados israelenses em um posto de controle na Cisjordânia ocupada, Mohamed Halabi, de 19 anos, compartilhava uma foto do falecido em sua página do Facebook e escrevia: "a terceira Intifada começou".
Dias depois, ele matou dois israelenses a facadas na Cidade Velha de Jerusalém, antes de ser abatido.
Na era dos telefones celulares e das redes sociais, os vídeos deste ataque viralizaram quase imediatamente.
O grupo extremista Jihad Islâmica afirmou que Halabi era um de seus membros. Pouco depois começou a circular um vídeo com o logotipo das Brigadas Al-Quds, o braço armado deste movimento, que fazia apologia aos atentados suicidas que semearam o pânico em Israel durante a segunda intifada, iniciada no ano 2000.
Em suas imagens é possível ver um jovem sorridente, que imita as mensagens de vídeo gravadas pelos suicidas antes de seus ataques. Mãos com luvas dão o último retoque a um cinturão de explosivos. O vídeo foi visto quase 40.000 vezes.
O vídeo da morte de Fadi Alun, de 19 anos, abatido depois de ter ferido com uma faca um pedestre israelense, segundo a polícia, foi visto cerca de 100.000 vezes.
"Mostrar nossa solidariedade"As imagens que tomam conta das redes sociais têm um verdadeiro impacto nas mentes das pessoas. "Todos os dias vemos um novo mártir, então o mínimo que podemos fazer para mostrar nossa solidariedade é mudar nossas fotos de perfil, compartilhar as imagens", explica em Ramallah uma jovem manifestante que se nega a dar seu nome.
Os selfies de lançadores de pedra tendo como pano de fundo pneus ardendo ou bombas de gás lacrimogêneo fazem sucesso.
Em todos os locais onde ocorrem confrontos, muitos dos que lançam pedras sobre os soldados israelenses são jovens, incluindo crianças.
Correm mais riscos que os adultos porque "não têm a noção do perigo nem a de vigilância", explica o psicólogo e universitário Najah al-Khatib. E as crianças e os adolescentes são "mais permeáveis que os adultos ante as imagens dos meios de comunicação", afirma, opinando que os mártires são símbolos para eles.
Mustafa, de 10 anos, diz, com sua voz de criança, que "gosta de lançar pedras contra os soldados, assim como os outros jovens". "Quero morrer como um mártir", afirma.
Dois jovens de 13 e 18 anos morreram desde domingo em confrontos.
A geração de Mustafa não viveu a segunda Intifada mas, 15 anos depois, está convencida de que "libertará a Palestina".
"Vivemos coisas tão duras desde nosso nascimento que não podemos mais suportar a ocupação que torna a nossa vida impossível", afirma Ahmed, de 16 anos.
Outros dois adolescentes explicam que ficam horas lançando pedras. Com a mochila nas costas, dizem que "foram para lá diretamente da escola". Quando são questionados sobre a razão para fazer isso, se ofendem. "Por quê? Poderia encontrar um novo motivo por dia: os ataques contra a Al-Aqsa, as crianças mortas, a ocupação... Então hoje, está decidido, queimamos tudo!".
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