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National Gallery dedica grande exposição aos retratos de Goya

07/10/2015 19h00

Londres, 7 Out 2015 (AFP) - A National Gallery de Londres inaugurou esta quarta-feira a primeira grande exposição de retratos do pintor espanhol Francisco de Goya (1746-1828), uma mostra que tem recebido grandes elogios da crítica.

"Nascido antes de Mozart e Casanova, e sobrevivente a Napoleão, a vida de Goya prolongou-se por mais de 80 anos nos quais testemunhou uma série de acontecimentos que mudaram o curso da história europeia", ressaltou a National Gallery.

Os retratos do artista aragonês ocupam um terço de sua produção, e cerca de 150 chegaram aos dias de hoje. Sessenta deles estão na mostra do célebre museu da Trafalgar Square, um dos mais frequentados do mundo, com seis milhões de visitas anuais.

Goya foi o pintor oficial da corte do rei Carlos IV e um dos artistas favoritos da aristocracia espanhola, combinando este trabalho com a série de arte mais pessoal "os desastres da guerra" ou "as pinturas escuras".

"Nunca tinha sido feita uma exposição apenas com os retratos porque é um pouco arriscado, pode entediar as pessoas. Mas foi bom corrermos este risco, porque dá para conhecer Goya amadurecendo pictoricamente", disse à AFP o curador da exposição, Xavier Bray.

Para ilustrar essa evolução, o curador tomou como exemplo a enorme energia e luminosidade de "A Família do Infante Don Luis de Borbón" (1783-1784) e o assustador autorretrato do artista quase moribundo nas mãos do doutor Arrieta (1820).

"Espero que seja um grande sucesso. Goya é excêntrico como pintor, às vezes as mãos não estão muito bem, às vezes o corpo é um pouco curioso, e os ingleses são muito críticos desse tipo de imperfeições. Mas o importante é que quando saiam, pensem que Goya é o melhor retratista. Velázquez e Goya estão no topo, mas Manet, Picasso e Lucien Freud inspiram-se na arte de Goya", afirma o curador.

A exposição "Goya: os retratos" estará em cartaz de 7 de outubro a 10 de janeiro de 2016.

A crítica recebeu a mostra com entusiasmo. O crítico do jornal The Times deu cinco estrelas de cinco e o Daily Telegraph disse que "é uma das exposições da década".