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Analistas da inteligência dos EUA criticam relatórios sobre o Estado IslâmicoI

10/09/2015 17h18

Washington, 10 Set 2015 (AFP) - Dezenas de especialistas americanos de inteligência se queixaram por considerar maquiados seus relatórios sobre a guerra contra o grupo Estado Islâmico (EI) liderada sobretudo pelos Estados Unidos, segundo o site de informação The Daily Beast.

"O câncer estava no mais alto nível do comando de inteligência", declarou sob condição do anonimato um funcionário do Departamento de Defesa, citado pelo site.

O New York Times revelou em agosto que o Pentágono está investigando o assunto, depois que ao menos um analista acusou funcionários superiores de reelaborar as conclusões dos serviços de inteligência sobre os progressos da coalizão contra o EI, em relatórios destinados principalmente ao presidente Barack Obama.

O mal-estar estaria, no entanto, muito mais generalizado, segundo o The Daily Beast. O site afirma, citando funcionários anônimos da Defesa americana, que são mais de 50 os analistas do mandato para o Oriente Médio que se queixaram por terem visto alterados seus relatórios para torná-los mais otimistas.

Peter Cook, porta-voz do secretário de Defesa, Ashton Carter, se negou a comentar os detalhes do informe, mas declarou que Carter só queria informes de inteligência sem retoques.

"Deixou claro que se espera análises de inteligência francos, que as pessoas digam as coisas tal como as veem", disse Cook aos jornalistas.

"Inteligência transparente e sem maquiagem é o que o secretário espera a cada dia", acrescentou.

A informação do Daily Beast faz lembrar nos Estados Unidos o fiasco, ainda vivo na memória, das informações sobre as supostas armas de destruição em massa no Iraque.