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Centenário de nascimento de Ingrid Bergman é celebrado em Nova York

02/09/2015 10h47

Nova York, 2 Set 2015 (AFP) - O aniversário de 100 anos da estrela Ingrid Bergman está sendo comemorado com uma retrospectiva em Nova York, que foi inaugurada no fim de semana com a exibição do clássico "Casablanca", apresentado por Isabella Rossellini e Pia Lindstrom para homenagear sua mãe.

"Mamãe gostaria de ser recordada como uma artista. O que poderia ser melhor do que estar aqui, no MoMA, apresentando esta retrospectiva", declarou Rossellini, 63 anos, ao inaugurar a mostra no Museu de Arte Moderna, no centro de Manhattan.

"Ingrid Bergman: uma celebração centenária" ficará aberta ao público até 10 de setembro e faz parte das várias homenagens à grande atriz sueca, que nasceu em 29 de agosto de 1915 e morreu no mesmo dia, em 1982, aos 67 anos.

Bergman já foi homenageada na recente edição do Festival de Cannes, em maio, onde foi exibido o documentário "Em suas próprias palavras", do cineasta também sueco Stig Björkman.

Além disso, Londres e Paris apresentarão em setembro e outubro, respectivamente, um espetáculo intitulado "Ingrid Bergman Tribute".

Bergman, um dos grandes nomes da época de ouro de Hollywood, teve uma carreira prolífica de quase 50 anos, nos quais ganhou vários prêmios, entre eles três Oscar, dois como melhor atriz e um como atriz coadjuvante.

Entre seus filmes, o mais celebrado é "Casablanca", de Michael Curtiz e com o ator Humphrey Bogart, filmado em 1942. A obra conta uma história de amor interrompida durante a Segunda Guerra Mundial.

Foi justamente este cult o escolhido para inaugurar a retrospectiva do MoMA, que inclui outras obras muito conhecidas, como "Interlúdio" (1946, de Alfred Hitchcock) ou "À meia luz" (1944, de George Cukor), que lhe valeu seu primeiro Oscar, e outros filmes menos conhecidos, como "Intermezzo" (1936, do sueco Gustaf Molander).

"'Casablanca' foi um acidente", recordou Pia Lindstrom, meia-irmã de Isabella Rossellini, ao comentar as circunstâncias em que este filme foi rodado.

Jornalista de televisão e com 76 anos, Lindstrom explicou, por exemplo, que sua mãe não queria fazer o filme, assim como Bogart estava exausto de um intenso ano de filmagens. Além disso, Max Stirner, autor da trilha sonora, "odiava a música que havia composto".

Lindstrom é a única filha do primeiro casamento de Bergman, que a atriz rompeu de maneira escandalosa para a época ao se apaixonar pelo cineasta Roberto Rossellini, com quem teve três filhos (Roberto e as gêmeas Isabella e Ingrid).

Bergman se casou uma terceira vez, com Lars Schmidt, de quem se divorciou em 1975.

Isabella explicou também que cada um dos filhos da atriz escolheu dois filmes para a retrospectiva. Roberto, por exemplo, optou por "Stromboli", a primeira colaboração com Rossellini e quando, durante as filmagens, ficou grávida de seu único filho homem, agora com 65 anos.

Órfã aos 13 anos e criada por um tio, Bergman estudou interpretação na Suécia e estreou no cinema em 1932 como figurante em "Landskamp".

Sete anos depois, partiu para os Estados Unidos, onde criou sua fama mundial, até que, em 1950, foi viver na Itália com Rossellini, com quem fez vários filmes.

Depois de separar do diretor italiano, voltou a Hollywood e ganhou mais dois Oscar.

Seu último filme foi "Sonata de Outono" (1978), dirigido por seu compatriota Ingmar Bergman.