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Palmira, patrimônio da humanidade no deserto sírio

31/08/2015 21h44

Damasco, 1 Set 2015 (AFP) - A destruição do templo de Bel, nesta segunda-feira, por jihadistas do grupo Estado Islâmico, foi mais um golpe contra a cidade síria de Palmira, patrimônio da humanidade.

Conhecida como "Pérola do Deserto", a cidade antiga de Palmira é qualificada pela Unesco como patrimônio mundial da Humanidade pela riqueza de seus templos e a arquitetura romana.

Situada 210 km a nordeste de Damasco, a cidade foi conquistada no final de maio pelos jihadistas do EI, que consideram idolatria as estátuas humanas e de animais, e já destruíram vários tesouros arqueológicos.

Palmira abriga as ruínas monumentais de uma grande cidade que foi um dos mais importantes focos culturais do mundo antigo.

Seu nome aparece pela primeira vez em uma tabuleta do século XIX a.C. e a cidade foi um ponto de passagem de caravanas entre o Golfo e o Mediterrâneo, uma etapa da rota da seda.

Após a conquista romana, a partir do século I a.C., e durante quatro séculos, Palmira viveu um período formidável de ascensão.

Graças ao comércio de especiarias, perfumes, sedas, marfim e vidro, Palmira passou a ser um local de luxo e exuberância em pleno deserto.

No ano 129, o imperador romano Adriano decretou a cidade livre de Adriana Palmira, quando foi construído o templo de Bel e ampliado o templo de Baalshamin.

A cidade venerava a trindade composta pelos deuses Bel (equivalente a Zeus), Yarhibol (Sol) e Aglibol (Lua) até a chegada do cristianismo, no século II.

No século III, aproveitando as dificuldades que enfrentava o Império Romano, Palmira se transformou em reino e desafiou os persas, sob a liderança de Zenóbia.

Em 270, a rainha Zenóbia conquistou toda a Síria, parte do Egito e chegou à Ásia menor, mas o imperador romano Aureliano retomou a cidade e Zenóbia foi levada para Roma, marcando o declínio da cidade.

Antes do início do conflito na Síria, em 2011, mais de 150 mil turistas visitavam Palmira, conhecida como a cidade das mil colunas, por suas estátuas e a formidável necrópole de 500 tumbas, onde os ricos construíram impressionantes monumentos funerários.