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Estado Islâmico publica fotos da destruição de templo milenar em Palmira

25/08/2015 10h03

Beirute, 25 Ago 2015 (AFP) - O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) divulgou nesta terça-feira fotos da destruição do templo de Baalshamin, na histórica cidade de Palmira, leste da Síra, um ato que causou indignação internacional.

Várias imagens mostram militantes colocando cilindros que provavelmente são explosivos dentro do templo.

As fotos também mostram uma enorme explosão e uma montanha de escombros no que parecer ser o local onde fica a célebre construção.

O oásis de Palmira abriga as ruínas monumentais de uma grande cidade que foi um dos mais importantes focos culturais do mundo antigo.

Depois de ter conquistado Palmira em maio, os jihadistas realizaram execuções no teatro antigo, destruíram em julho a famosa estátua do Leão de Atena e transformaram o museu em tribunal e em prisão.

Há menos de uma semana, o grupo extremista decapitou o diretor-geral de Antiguidades deste museu, Khaled al-Assad, de 82 anos, homem de fama mundial por seus conhecimentos sobre este lugar único.

A última destruição do EI anunciada no domingo foi a do templo de Baalshamin - o mais importante depois de Bel, segundo o Museu do Louvre de Paris - que começou a ser construído no ano 17 e que foi decorado pelo imperador romano Adriano no ano 130.

Baalshamin, deus do céu fenício, se associa a Aglibol (deus da lua) e a seu irmão mais novo Malkbel (deus do sol).

O Estado Islâmico considera as obras religiosas pré-islâmicas, em especial as estátuas, como idolatria. Por isso destruiu várias joias arqueológicas no Iraque, gerando reações de horror na Unesco e na comunidade internacional.

Depois de tomar das forças do regime sírio o controle de Palmira, o EI executou mais de 200 pessoas no interior e exterior da cidade, 20 delas no teatro antigo.

França e Estados Unidos denunciaram um assassinato brutal lançado por bárbaros.

A Unesco, por sua vez, considerou que a destruição do templo é um crime de guerra e uma perda imensa para a humanidade, declarou nesta segunda-feira a diretora-geral da instituição, Irina Bokova.

No dia 3 de julho, a Unesco já havia protestado contra a destruição de obras de arte de Palmira.

Os jihadistas, que controlam grandes faixas de territórios iraquiano e sírio, destruíram em abril no Iraque com escavadeiras, picaretas e explosivos o sítio arqueológico de Nimrud, joia do império assírio fundada no século XIII.

Fizeram o mesmo com Hatra - uma cidade do período romano de 2.000 anos - e com o museu de Mossul, no norte do Iraque.

Mais de 300 sítios históricos sírios foram danificados, destruídos ou saqueados durante o conflito, que começou há mais de quatro anos, segundo a ONU.

Por sua vez, em outros locais da Síria, país devastado pela guerra há quatro anos, os combates e bombardeios entre o regime, rebeldes, jihadistas e curdos seguem deixando dezenas de mortos diariamente.