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Exposição explora o prazer e o suplício da história dos sapatos

12/06/2015 10h06

Londres, 12 Jun 2015 (AFP) - Durante séculos, as mulheres e os homens encerraram seus pés em sapatos por vezes muito pequenos ou muito altos para se sentirem atraentes ou mostrar riqueza e status.

Seu sacrifício não foi em vão e uma grande exposição sobre sapatos no museu Victoria and Albert de Londres lhes faz justiça.

A mostra "Sapatos: prazer e dor" será inaugurada neste sábado e só acaba em 31 de janeiro de 2016.

De um par de sandálias de ouro egípcias de 2.000 anos até sapatilhas chinesas que prendiam os pés enfaixados das mulheres para que não crescessem, passando por sapatos de salto agulha de Christian Louboutin, os 250 objetos expostos revelam como os sapatos da moda serviram sempre para algo mais que cubrir os pés.

"A exposição é centrada na obsessão com os sapatos. Vemos o poder dos sapatos, como podem falar de status e privilégios", disse a curadora Helen Persson em entrevista à AFP.

Os sapatos de luxo foram durante muito tempo domínio exclusivo dos ricos e dos ociosos. Deixando seu custo de lado, os saltos altos, tecidos suntuosos e designs delicados não eram para uso no campo e na fábrica.

Se as mulheres têm hoje sapatos das marcas Manolo Blahnik ou Jimmy Choo, as damas venezianas do século XVII tinhas que ser ajudadas pelas criadas para manter o equilíbrio em seus imponentes sapatos plataforma.



Joias para os pés

Os avanços na engenharia fizeram com que os sapatos ficassem muito mais cômodos, mas também permitiram aos designs fazê-los mais altos e extravagantes, algo exemplificado nos sapatos de salto - de mais de 20 centímetros - do japonês Noritaka Tatehana de que tanto gosta a cantora americana Lady Gaga.

"Apesar de ser tão extremos e não parecer feitos para usar, foram projetados para isso", disse Persson de alguns pares da exposição.

"É essa coisa tão intrigante... Aceitamos que os sapatos são fonte de prazer, mas também que nos causam um pouco de dor. E parece que temos aceitado durante 2.000 anos".

A exposição começa com o sapato mais emblemático de todos, o de Cinderela. Fabricado pela Swarovski para o filme mais recente da Disney, é um testemunho do poder do calçado para mudar a vida da pessoa que usa.

Junto a ele há uma chuteira do ex-capitão do seleção inglesa de futebol, David Beckham, menino de classe operária que se transformou em uma estrela mundial, personalizada com o nome de seu filho Brooklyn.

Há muitos que pertenceram a celebridades como a rainha Vitória ou a atriz Marilyn Monroe, obra de grandes designs como Alexander McQueen e Vivienne Westwood.

"Os sapatos daqui nos dizem 'sou importante, pertenço a camada mais alta da sociedade, não sinto nenhuma preocupação pela vida normal'", disse Persson.

Há sapatos adornados com peles, plumas, placas de ouro e bordados extraordinários, que provam a máxima de que um bom sapato é uma "joia para os pés".

ar-al/avl/cr

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