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Escritor cubano Leonardo Padura vence Princesa das Astúrias das Letras

O cubano Leonardo Padura, autor de "O Homem que Amava os Cachorros" e "Hereges" - Alejandro Ernesto/EFE
O cubano Leonardo Padura, autor de "O Homem que Amava os Cachorros" e "Hereges" Imagem: Alejandro Ernesto/EFE

De Madri

10/06/2015 08h02

O escritor cubano Leonardo Padura, um dos mais importantes da América Latina e de língua espanhola, foi anunciado nesta quarta-feira (10) como o vencedor do Prêmio Princesa das Astúrias das Letras (ex-Príncipe das Astúrias) de 2015, pelo conjunto de sua obra. Segundo o júri, o trabalho do autor de 60 anos é "uma soberba aventura do diálogo e da liberdade".

"A partir da ficção, Padura mostra os desafios e os limites da busca da verdade", afirmou o presidente do júri, Darío Villanueva. "É um autor arraigado em sua tradição e decididamente contemporâneo, um indagador do culto e do popular, um intelectual independente, de firme temperamento ético", completou.

O cubano, que conversou recentemente com o UOL, vem ao Brasil neste mês para participar da Feira do Livro de Canoas, que acontece entre os dias 13 e 27 de junho, e da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), de 1º a 5 de julho.

Em sua carreira, Padura conquistou um grande sucesso internacional com a série de livros protagonizados pelo detetive Mario Conde, na tetralogia "As Quatro Estações" ("Passado Perfeito", "Ventos de Quaresma", "Máscaras" e "Paisagem de Outono").

No Brasil, o escritor ficou famoso com o livro "O Homem que Amava os Cachorros", que já vendeu mais de 45 mil exemplares só no país. A obra trata de um tema universal: como foi a perversão da utopia socialista do século 20 e a necessidade de se fundar uma nova utopia que não cometa os mesmos erros da anterior.

Em fevereiro, Padura lançou seu novo romance, "Hereges", previsto para chegar ao Brasil no segundo semestre de 2015, pela Boitempo. O livro passa por mais de 350 anos de história, explorando desde Amsterdã, onde vivia o pintor Rembrandt, em 1640, passando pelos Estados Unidos dos anos 1960, até chegar a Cuba hoje. O autor faz todo esse movimento para falar, essencialmente, sobre a liberdade e o livre arbítrio, algo que falta em seu país.

A Fundação Príncipe das Astúrias foi rebatizada como Fundação Princesa das Astúrias em homenagem a Leonor de Borbón, 9 anos, nova herdeira do trono da Espanha após a proclamação de seu pai, Felipe VI, como novo monarca, em junho de 2014.