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Palmira, pérola da antiguidade do deserto sírio ameaçada pelo Estado Islâmico

15/05/2015 14h49

Damasco, 15 Mai 2015 (AFP) - A antiga cidade de Palmira, ameaçada pelos jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI), é famosa por suas colunas romanas, seus templos e suas torres funerárias, vestígios de um brilhante passado.

Situada 210 km a nordeste de Damasco, a "pérola do deserto", reconhecida pela Unesco como patrimônio mundial da humanidade, é um oásis cujo nome apareceu pela primeira vez em uma tábua há 4.000 anos, e que foi lugar de trânsito das caravanas entre o Golfo e o Mediterrâneo, assim como uma etapa da Rota da Seda.

Palmira (Cidade das Palmeiras) viveu um notável auge com a conquista romana, a partir do século I antes de Cristo.

Foi um lugar luxuoso e exuberante em pleno deserto, graças ao comércio de especiarias, perfumes, seda e marfim. No ano de 129, o imperador romano Adriano a transformou em cidade livre e a nomeou Adriana Palmira. Nesta época foram construídos os principais templos, como o de Bel e a Ágora.

A trindade integrada pelo deus babilônico Bel, equivalente a Zeus, de Yarhibol (o Sol) e Aglibol (a lua) era venerada nesta cidade antes da chegada do cristianismo no século II depois de Cristo.

No século III, aproveitando as dificuldades do Império Romano, a cidade se tornou reino, e a bela Zenóbia sua rainha.

Em 270, Zenóbia conquista toda a Síria, uma parte do Egito e chega inclusive na Ásia menor. Mas o imperador romano Aureliano reconquista a cidade, Zenóbia é conduzida a Roma, e Palmira vê sua queda.

Antes do início da crise na Síria em 2011, mais de 150.000 turistas visitavam a cidade das 1.000 colunas, com suas estátuas e sua formidável necrópole de 500 tumbas, onde os ricos palmiranos construíram uma série de monumentos suntuosamente decorados, muitos dos quais têm sido recentemente saqueados.

O lugar mais bonito da síria exibe os estigmas - quedas de colunas e capitéis coríntios - deixados pelos combates que participaram entre fevereiro e setembro de 2013 os rebeldes e o exército.

Segundo o governador da província, a cidade cercada de muros tem cerca de 35.000 habitantes e refugiados, que se instalaram nela desde o início do conflito. Pela falta de turistas a maioria de seus habitantes estão desempregados.

O grupo Estado Islâmico está, desde quinta-feira, a somente um quilômetro das ruínas, localizadas ao sul da cidade.