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Escritores faltarão a evento literário por prêmio à "Charlie Hebdo"

De Nova York

27/04/2015 13h56

Seis romancistas anunciaram que não irão ao evento da associação literária americana PEN, em Nova York, em protesto contra o fato de a organização premiado à revista francesa  "Charlie Hebdo",  ante à "arrogância cultural francesa".

O jornal "New York Times" afirma que os escritores Peter Carey, Michael Ondaatje, Francine Prose, Teju Cole, Rachel Kushner e Taiye Selasi se retiraram da lista de convidados para o evento de 5 de maio após a decisão da PEN de entregar seu prêmio anual à valentia da revista satírica.

Carey, um australiano ganhador em duas ocasiões do prestigiado Booker Prize, disse que a escolha da "Charlie Hebdo" rompe com o papel tradicional da PEN de proteger a liberdade de expressão contra a opressão governamental, segundo o "NY Times".

"Foi cometido um crime atroz. Mas a PEN deve se ocupar deste tipo de liberdade de expressão?", disse o jornal citando um e-mail de Carey.

"Tudo isso se complica com a aparente cegueira da PEN ante à arrogância cultural da nação francesa, que não reconhece sua obrigação moral em relação a um amplo e desprotegido segmento de sua população", acrescentou.

O prêmio será entregue a um membro da equipe da "Charlie Hebdo", Jean-Baptiste Thoret.

Atentado

No dia 7 de janeiro, um atentado jihadista na sede da revista francesa matou 12 pessoas, entre elas cinco chargistas. Thoret chegou tarde à reunião da redação naquele dia, o que salvou sua vida.

"Ao pagar o preço mais alto pelo exercício de sua liberdade, e depois suportando a devastadora perda, a 'Charlie Hebdo' merece ser reconhecida por sua coragem ante um dos mais perniciosos ataques à expressão na memória recente", disse recentemente a diretora-executiva do PEN, Suzanne Nossel, ao justificar a escolha.

Em uma resposta em seu blog, a PEN sustentou que lamentará não ver aqueles que optaram por não comparecer à cerimônia e que respeita suas convicções.