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Neurocientista apresenta colete que funciona como sexto sentido

18/03/2015 23h21



Vancouver, 19 Mar 2015 (AFP) - O neurocientista David Eagleman espera que um colete que criou faça os surdos "escutar" e permita aos usuários "sentir" o que ocorre na Internet sem a necessidade de um computador.

O VEST, que significa colete em inglês mas também é o acrônimo de "variable extra-sensory transducer," tem razão para ter um nome tão futurista: é uma jaqueta sem mangas com circuitos nas costas que transmitem dados ao vibrar, basicamente dando ao usuário uma nova fonte de informação.

"Nossos cérebros não se importam de onde vem a informação", disse Eagleman ao apresentar orgulhosamente o VEST na conferência TED de Vancouver nesta quarta-feira. "Essencialmente, é um computador multi-uso".

VEST foi desenvolvido para ser sincronizado com tablets que podem converter palavras, cotações e qualquer outro dado digital enviados wireless em informação sensorial através de circuitos vibratórios situados na parte de trás do colete.

Ao afirmar que os usuários conseguem "experimentar" os dados, Eagleman acrescentou: "imaginem um astronauta capaz de sentir o estado geral da Estação Espacial Internacional".

Durante sua apresentação, Eagleman usou o VEST para receber, em tempo real, os comentários no Twitter sobre sua explanação.

"É a primeira vez que sinto um aplauso no meu colete. É agradável; como uma massagem".

Entre os objetivos da VEST está permitir que os surdos "escutem" através de vibrações produzidas a partir de palavras, de forma similar ao tato no sistema de leitura Braille.

Esta função pode ser aprendida em questão de semanas, afirmou Eagleman. De fato, "não temos ideia dos limites que existem sobre os tipos de dados que o cérebro pode processar. Acredito que isto tem muitas aplicações além da substituição sensorial".

"Penso que este é mais um sentido. Apesar de utilizar o tato, o usa de uma maneira diferente".

Segundo Eagleman, o VEST permitirá um dia aos soldados sentir onde estão seus aliados no campo de batalha.

A "startup" também está explorando se movimentos da cabeça podem melhorar as habilidades de voo dos que controlam drones, assim como ocorre com os pilotos reais.

"A medida em que avançamos para o futuro, temos cada vez mais possibilidade de escolher nossos equipamentos periféricos sem precisar plenamente da mãe natureza".

Uma versão VEST para o público custará mais de mil dólares e deve chegar ao mercado em oito meses.

"Penso que este é mais um sentido. Apesar de utilizar o tato, o usa de uma maneira diferente".

Segundo Eagleman, o VEST permitirá um dia aos soldados sentir onde estão seus aliados no campo de batalha.