Depardieu faz uma busca existencial no Festival de Berlim
Berlim, 15 Fev 2016 (AFP) - Perdido em uma floresta ou nas rotas dos vinhedos francesas, o monstro sagrado do cinema francês Gerard Depardieu protagoniza dois filmes apresentados na Berlinale, encarnando personagens em busca do sentido da vida ou o amor.
Em "The End", de Guillaume Nicloux, apresentado em uma das seções paralelas do festival, Depardieu, que chegou a Berlim no domingo para apresentar seu filme, interpreta um homem que sai para caçar com seu cão e se perde na floresta.
Praticamente onipresente na tela por quase uma hora e meia, Depardieu caminha e escala rochas com dificuldade, ronca e transpira.
Ele perde seu cachorro e sua arma, antes de ter encontros estranhos, em um calvário pontuado por momentos de monólogo nos quais pede socorro em vão.
"A filmagem foi muito rápida. Tinha engordado muito. E acima de tudo, foi muito surpreendente para mim, correspondeu a uma época em que eu era como meu corpo, o que significa que não havia nada na minha cabeça", declarou o ator no festival.
"Guillaume Nicloux "e fez andar muito. É horrível caminhar quando você está gordo, quando você está cansado. É um pesadelo", acrescentou o ator ao admitir que seu corpo o deixa "doente".
Com uma intriga minimalista de sua errante viagem, que explora as questões da solidão, violência e culpa, o ator de 67 anos, que se define como "um viajante do mundo", toma com sua presença o controle total da tela.
Trata-se de sua segunda colaboração em poucos meses com Nicloux ("O secuestro de Michel Houellebecq") após "Vale do Amor", junto a Isabelle Huppert.
"Densidade excepcional"Como em "Vale do Amor", ficção e realidade se sobrepõem em "The End". De acordo com Guillaume Nicloux, que pretende "explorar regiões entre o documentário e a ficção, o filme em forma de metáfora é uma "busca existencial" que responde a tudo o que se projeta sobre a figura desse ator particular.
"Estávamos ansiosos para filmar juntos", explicou à AFP o diretor, que vê em Depardieu "uma criança e um ogro" e "uma pessoa única".
"O que é bastante surpreendente, fascinante e comovente, é que este é alguém com uma densidade excepcional que consegue transmiti-la fora do set", acrescenta o diretor de 49 anos.
Segundo ele, o ator carrega em si, "algo que se assemelha a um pesadelo, algo doloroso, explosivo, mas sempre radiante".
Célebre por sua interpretação instintiva, inesgotável capacidade para o trabalho ou até mesmo seus excessos e explosões, Depardieu também é protagonista em outro filme apresentado fora de competição na Berlinale: "Saint-Amour", road movie de Gustave Kervern e Benoît Delépine.
Neste filme, que mistura humor e emoção, ele incarna Jean, um agricultor que, de repente, decide levar seu filho Bruno (Benoît Poelvoorde) para viajar e percorrer a rota dos vinhos para alcançar uma aproximação com ele.
O ator, que já havia atuado para Gustave Kervern e Benoît Delépine em "Mammuth" - em competição na Berlinale de 2010 - e em "Le Grand Soir", aparece comovente no papel de um pai amoroso que sai errante com seu filho para tentar colocá-lo no bom caminho.
Segundo Benoît Delépine, "Gérard Depardieu como camponês era evidente, a partir do que ele é, tanto física como mentalmente".
"É tão forte ter atores assim", acrescenta Gustave Kervern.
Em "The End", de Guillaume Nicloux, apresentado em uma das seções paralelas do festival, Depardieu, que chegou a Berlim no domingo para apresentar seu filme, interpreta um homem que sai para caçar com seu cão e se perde na floresta.
Praticamente onipresente na tela por quase uma hora e meia, Depardieu caminha e escala rochas com dificuldade, ronca e transpira.
Ele perde seu cachorro e sua arma, antes de ter encontros estranhos, em um calvário pontuado por momentos de monólogo nos quais pede socorro em vão.
"A filmagem foi muito rápida. Tinha engordado muito. E acima de tudo, foi muito surpreendente para mim, correspondeu a uma época em que eu era como meu corpo, o que significa que não havia nada na minha cabeça", declarou o ator no festival.
"Guillaume Nicloux "e fez andar muito. É horrível caminhar quando você está gordo, quando você está cansado. É um pesadelo", acrescentou o ator ao admitir que seu corpo o deixa "doente".
Com uma intriga minimalista de sua errante viagem, que explora as questões da solidão, violência e culpa, o ator de 67 anos, que se define como "um viajante do mundo", toma com sua presença o controle total da tela.
Trata-se de sua segunda colaboração em poucos meses com Nicloux ("O secuestro de Michel Houellebecq") após "Vale do Amor", junto a Isabelle Huppert.
"Densidade excepcional"Como em "Vale do Amor", ficção e realidade se sobrepõem em "The End". De acordo com Guillaume Nicloux, que pretende "explorar regiões entre o documentário e a ficção, o filme em forma de metáfora é uma "busca existencial" que responde a tudo o que se projeta sobre a figura desse ator particular.
"Estávamos ansiosos para filmar juntos", explicou à AFP o diretor, que vê em Depardieu "uma criança e um ogro" e "uma pessoa única".
"O que é bastante surpreendente, fascinante e comovente, é que este é alguém com uma densidade excepcional que consegue transmiti-la fora do set", acrescenta o diretor de 49 anos.
Segundo ele, o ator carrega em si, "algo que se assemelha a um pesadelo, algo doloroso, explosivo, mas sempre radiante".
Célebre por sua interpretação instintiva, inesgotável capacidade para o trabalho ou até mesmo seus excessos e explosões, Depardieu também é protagonista em outro filme apresentado fora de competição na Berlinale: "Saint-Amour", road movie de Gustave Kervern e Benoît Delépine.
Neste filme, que mistura humor e emoção, ele incarna Jean, um agricultor que, de repente, decide levar seu filho Bruno (Benoît Poelvoorde) para viajar e percorrer a rota dos vinhos para alcançar uma aproximação com ele.
O ator, que já havia atuado para Gustave Kervern e Benoît Delépine em "Mammuth" - em competição na Berlinale de 2010 - e em "Le Grand Soir", aparece comovente no papel de um pai amoroso que sai errante com seu filho para tentar colocá-lo no bom caminho.
Segundo Benoît Delépine, "Gérard Depardieu como camponês era evidente, a partir do que ele é, tanto física como mentalmente".
"É tão forte ter atores assim", acrescenta Gustave Kervern.
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