Modiano explora papel do escritor em discurso de recepção do Nobel
ESTOCOLMO, 07 dez 2014 (AFP) - O romancista francês Patrick Modiano, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura 2014, explorou o papel do escritor, testemunha distante de seu tempo, ao fazer o seu discurso de recepção do prêmio, este domingo, em Estocolmo.
"Um escritor é marcado de forma indelével por sua data de nascimento e por seu tempo, ainda que não tenha participado diretamente da ação política, mesmo que dê a impressão de ser um solitário retirado em sua 'torre de marfim'", disse o romancista no discurso, lido em francês na imponente sala da Bolsa na Academia sueca.
"Prisioneiro de seu tempo", está marcado por sua percepção da época em que nasceu e em que vive.
Patrick Modiano disse ver-se como "um menino da guerra (...), um menino que deveu seu nascimento à Paris da ocupação" alemã.
Também é um escritor do século XXI que, assim como seus colegas, pode sentir certa nostalgia dos grandes romancistas do século XIX, já que "o tempo passava mais lentamente que hoje e essa lentidão permitia ao romancista concentrar sua energia e atenção".
Hoje, "as redes sociais reduzem parte da intimidade e do segredo que, até pouco tempo era o nosso bem, o segredo que dava profundidade às pessoas e podia ser um grande tema romanesco".
Apesar disso, o escritor não condenou a internet e a cultura imediatista proferida nas redes sociais.
"Estou convencido de que os escritores do futuro garantirão a renovação, como fez cada geração desde Homero", afirmou, sobretudo porque o escritor "manifesta em suas obras algo de atemporal".
Para ele, todo autor às vezes é acupunturista, sonâmbulo, vidente e sismógrafo, e também artista. Modiano explicou sentir-se próximo de pintores como Modigliani, como os músicos, "que parece que praticam uma arte superior ao romance".
Modiano é o décimo quinto escritor francês a ganhar um Nobel de Literatura. Nesta quarta-feira, ele receberá o prêmio das mãos do rei da Suécia, Carlos XVI Gustavo, ao lado de outros ganhadores da edição deste ano do Nobel, com exceção do da Paz, que será entregue em Oslo, na Noruega.
"Um escritor é marcado de forma indelével por sua data de nascimento e por seu tempo, ainda que não tenha participado diretamente da ação política, mesmo que dê a impressão de ser um solitário retirado em sua 'torre de marfim'", disse o romancista no discurso, lido em francês na imponente sala da Bolsa na Academia sueca.
"Prisioneiro de seu tempo", está marcado por sua percepção da época em que nasceu e em que vive.
Patrick Modiano disse ver-se como "um menino da guerra (...), um menino que deveu seu nascimento à Paris da ocupação" alemã.
Também é um escritor do século XXI que, assim como seus colegas, pode sentir certa nostalgia dos grandes romancistas do século XIX, já que "o tempo passava mais lentamente que hoje e essa lentidão permitia ao romancista concentrar sua energia e atenção".
Hoje, "as redes sociais reduzem parte da intimidade e do segredo que, até pouco tempo era o nosso bem, o segredo que dava profundidade às pessoas e podia ser um grande tema romanesco".
Apesar disso, o escritor não condenou a internet e a cultura imediatista proferida nas redes sociais.
"Estou convencido de que os escritores do futuro garantirão a renovação, como fez cada geração desde Homero", afirmou, sobretudo porque o escritor "manifesta em suas obras algo de atemporal".
Para ele, todo autor às vezes é acupunturista, sonâmbulo, vidente e sismógrafo, e também artista. Modiano explicou sentir-se próximo de pintores como Modigliani, como os músicos, "que parece que praticam uma arte superior ao romance".
Modiano é o décimo quinto escritor francês a ganhar um Nobel de Literatura. Nesta quarta-feira, ele receberá o prêmio das mãos do rei da Suécia, Carlos XVI Gustavo, ao lado de outros ganhadores da edição deste ano do Nobel, com exceção do da Paz, que será entregue em Oslo, na Noruega.
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