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Fundador da poesia sonora, francês Bernard Heidsieck morre aos 86 anos

O poeta francês Bernard Heidsieck - Reprodução
O poeta francês Bernard Heidsieck Imagem: Reprodução

De Paris

24/11/2014 16h43

O grande poeta francês Bernard Heidsieck, fundador da "poesia sonora", que privilegia a oralidade, morreu no último sábado em Paris aos 86 anos, informou nesta segunda-feira (24) seu site, o Centro Nacional do Livro.

Nascido em 1928, Bernard Heidsieck foi vice-presidente do Banco francês do Comércio Exterior. Membro da Comissão de Poesia do Centro Nacional do Livro (CNL) de 1987 a 1990, foi presidente desta comissão de 1992 a 1995.

Foi em 1955 que o então jovem Heidsieck publicou seus primeiros poemas na coleção "Sitôt dit" (Seghers).

Rapidamente, impôs um gênero poético, a "poesia sonora", que ele chamou de "a poesia que sai dos livros", aquela que fala, de pé e em movimento. Mais tarde, preferiu dar ao gênero o nome de "poesia em ação".

"Eu acreditava ser necessário reconectar a poesia à sociedade (...). Em vez de afundar o poema na página, seria preciso o contrário, projetá-lo para fora, para o ouvintes, para o público", explicou Bernard Heidsieck, que organizou em 1976 o primeiro Festival Internacional de poesia sonora.

Grande parte de sua obra foi publicada pela editora Al Dante que reeditou em 2009 um volume intitulado "Poèmes Partitions", acompanhado por dois CDs reunindo os primeiros poemas escritos pelos autor de 1955 a 1965.

Para atribuir sons à poesia, ele acrescentava sua voz por meio de gravações de sons conjugados, até alcançar uma polifonia impressionante, cuja obra "Vaduz" (1974) é o exemplo mais proeminente.