Óscar de la Renta: o dominicano que escreveu seu nome na história da moda
SANTO DOMINGO, 21 Out 2014 (AFP) - A morte aos 82 anos do estilista dominicano Óscar de la Renta encerra a vida elegante e sóbria - como seus desenhos - do primeiro grande criador latino-americano a abrir as portas do exclusivo mundo da moda, que imprimiu sua marca na história.
Orgulhoso de sua terra, sempre fez questão de mostrar suas origens. Nasceu em 22 de julho de 1932 em Santo Domingo e foi o único filho homem entre sete irmãs, em um família tradicional formada por um agente de seguros porto-riquenho e uma dominicana.
Rodeado de mulheres na infância, desenvolveu sua sensibilidade particular para distinguir o glamour e o romântico que encantam as mulheres e fez dessas características a marca de suas peças, que vestiram grandes divas das últimas cinco décadas.
Se formou profissionalmente na Espanha e depois mudou para os Estados Unidos, onde se naturalizou.
De Audrey Hepburn a Elizabeth Taylor no início de sua carreira até celebridades mais recentes como Madonna, Sarah Jessica Parker, Penélope Cruz, Gloria Estefan e Shakira, uma grande gama de estrelas vestiu suas peças.
Sem falar nas primeiras-damas americanas, de Jacqueline Kennedy - que lançou de la Renta para fama - a Hillary Clinton. Já Michelle Obama preferiu não usar uma de suas peças após um comentário do estilista sobre um suéter que usou na visita ao Palácio de Buckingham.
"Michelle é uma mulher extraordinária. Tive a sorte de vestir muitas Primeiras-damas, mas a moda hoje não é vestir uma primeira-dama, é vestir todas as mulheres", disse em entrevista coletiva na Cidade do México em 2010.
Seu mais recente hit foi o vestido de noiva que a advogada Amal Alamuddin usou em setembro para se casar com o ator George Clooney.
- De Santo Domingo a Nova York -
A família enviou Oscar para estudar Artes em Madri, onde se fez estilista nas mãos de Cristóbal Balenciaga, a quem sempre reconheceu como seu mestre.
Foi uma peça que desenhou na cidade para a filha de um embaixador americano na Espanha, que apareceu na capa da revista Life em 1956, que chamou a atenção para seu nome pela primeira vez.
Viajou então para Paris, onde trabalhou como assistente de Antonio Castillo na maison Lanvin antes de ser recrutado por Elizabeth Arden, com quem foi trabalhar em Nova York em 1963.
Dois anos depois, aos tinha 33 anos, De la Renta se lançou na então impensável aventura para um latino-americano de construir seu próprio império da moda, e criou a marca que leva seu nome.
Além das roupas, fez uma linha de perfumes e acessórios e vestidos para casamento invejados por noivas de todo o mundo, e até mesmo uma linha para casa.
Foi reconhecido como Estilista do Ano em 2000 e 2007 pelo Conselho de Estilistas dos Estados Unidos, que concedeu a ele também um prêmio pelo conjunto da obra em 1990.
Muito antes, os Críticos Americanos de Moda já o haviam premiado com o prêmio Coty (1967 e 1968) e também com a Agulha de Ouro, na Espanha.
De la Renta foi um perfeccionista. "Gosto de saber o que pensam e o que deveria ser mudado ou melhorado em cada peça que mostramos", disse em uma entrevista há dois anos durante o desfile de sua coleção.
"Não gosto de ficar sozinho. Na verdade, estar sozinho é meu calcanhar de Aquiles", disse o estilista.
De la Renta teve um gesto de grandiosidade ao convidar em 2012 seu colega que caiu em desgraça John Galliano, demitido da maison Dior após polêmicas declarações consideradas antissemitas. "Todo mundo tem direito a uma segunda chance, especialmente alguém que tem tanto talento como John", disse na época.
Casou duas vezes: com Françoise de Langlade, que renunciou a seu emprego na revista Vogue na França para ir atrás de Oscar nos Estados Unidos e morreu em 1983 de câncer de mama. Então decidiu adotar na República Dominicana Moisés, um de seus oito filhos. Voltou a casar com Anette Engelhard Reed.
Desde 2006 Oscar de la Renta lutava contra um câncer que minou sua saúde pouco a pouco, mas que o estilista não deixava transparecer. Sua morte foi comunicada discretamente com uma mudança leve para cor preta no topo de seu site.
Entre as mais variadas reações à sua morte, a modelo Naomi Campbell publicou em seu Twitter o que seria um epitáfio apropriado: "Sempre serás o cavalheiro da moda".
bur-hov/jmb/cr-mm
Orgulhoso de sua terra, sempre fez questão de mostrar suas origens. Nasceu em 22 de julho de 1932 em Santo Domingo e foi o único filho homem entre sete irmãs, em um família tradicional formada por um agente de seguros porto-riquenho e uma dominicana.
Rodeado de mulheres na infância, desenvolveu sua sensibilidade particular para distinguir o glamour e o romântico que encantam as mulheres e fez dessas características a marca de suas peças, que vestiram grandes divas das últimas cinco décadas.
Se formou profissionalmente na Espanha e depois mudou para os Estados Unidos, onde se naturalizou.
De Audrey Hepburn a Elizabeth Taylor no início de sua carreira até celebridades mais recentes como Madonna, Sarah Jessica Parker, Penélope Cruz, Gloria Estefan e Shakira, uma grande gama de estrelas vestiu suas peças.
Sem falar nas primeiras-damas americanas, de Jacqueline Kennedy - que lançou de la Renta para fama - a Hillary Clinton. Já Michelle Obama preferiu não usar uma de suas peças após um comentário do estilista sobre um suéter que usou na visita ao Palácio de Buckingham.
"Michelle é uma mulher extraordinária. Tive a sorte de vestir muitas Primeiras-damas, mas a moda hoje não é vestir uma primeira-dama, é vestir todas as mulheres", disse em entrevista coletiva na Cidade do México em 2010.
Seu mais recente hit foi o vestido de noiva que a advogada Amal Alamuddin usou em setembro para se casar com o ator George Clooney.
- De Santo Domingo a Nova York -
A família enviou Oscar para estudar Artes em Madri, onde se fez estilista nas mãos de Cristóbal Balenciaga, a quem sempre reconheceu como seu mestre.
Foi uma peça que desenhou na cidade para a filha de um embaixador americano na Espanha, que apareceu na capa da revista Life em 1956, que chamou a atenção para seu nome pela primeira vez.
Viajou então para Paris, onde trabalhou como assistente de Antonio Castillo na maison Lanvin antes de ser recrutado por Elizabeth Arden, com quem foi trabalhar em Nova York em 1963.
Dois anos depois, aos tinha 33 anos, De la Renta se lançou na então impensável aventura para um latino-americano de construir seu próprio império da moda, e criou a marca que leva seu nome.
Além das roupas, fez uma linha de perfumes e acessórios e vestidos para casamento invejados por noivas de todo o mundo, e até mesmo uma linha para casa.
Foi reconhecido como Estilista do Ano em 2000 e 2007 pelo Conselho de Estilistas dos Estados Unidos, que concedeu a ele também um prêmio pelo conjunto da obra em 1990.
Muito antes, os Críticos Americanos de Moda já o haviam premiado com o prêmio Coty (1967 e 1968) e também com a Agulha de Ouro, na Espanha.
De la Renta foi um perfeccionista. "Gosto de saber o que pensam e o que deveria ser mudado ou melhorado em cada peça que mostramos", disse em uma entrevista há dois anos durante o desfile de sua coleção.
"Não gosto de ficar sozinho. Na verdade, estar sozinho é meu calcanhar de Aquiles", disse o estilista.
De la Renta teve um gesto de grandiosidade ao convidar em 2012 seu colega que caiu em desgraça John Galliano, demitido da maison Dior após polêmicas declarações consideradas antissemitas. "Todo mundo tem direito a uma segunda chance, especialmente alguém que tem tanto talento como John", disse na época.
Casou duas vezes: com Françoise de Langlade, que renunciou a seu emprego na revista Vogue na França para ir atrás de Oscar nos Estados Unidos e morreu em 1983 de câncer de mama. Então decidiu adotar na República Dominicana Moisés, um de seus oito filhos. Voltou a casar com Anette Engelhard Reed.
Desde 2006 Oscar de la Renta lutava contra um câncer que minou sua saúde pouco a pouco, mas que o estilista não deixava transparecer. Sua morte foi comunicada discretamente com uma mudança leve para cor preta no topo de seu site.
Entre as mais variadas reações à sua morte, a modelo Naomi Campbell publicou em seu Twitter o que seria um epitáfio apropriado: "Sempre serás o cavalheiro da moda".
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