Moda "made in China" ainda precisa de toque italiano
MIL¥O, 30 Set 2014 (AFP) - O mundo da moda reconhece a grande capacidade da indústria chinesa embora alguns estilistas do país saibam que ainda falta um "toque italiano" para seu pleno desenvolvimento.
Para as empresas e estilistas produzir coleções de moda "made in China" é complicado devido aos tecidos, às barreiras comerciais e os problemas de imagem.
Para a italiana Miuccia Prada, todas as marcas famosas recorreram à grande capacidade dos chineses para confeccionar roupas, um segredo muito bem escondido pela produção em massa.
Uma Wang, uma das criadoras chinesas mais conhecidas fora do país, produz cerca de 40% de suas peças na China e 60% na Itália.
A parte criativa, assim como a fabricação de seus modelos, é feita em Xangai, mas Wang passa metade de seu tempo em Milão para ficar perto de seus fornecedores.
"Uma roupa produzida por mim na China quando chega às lojas custa 30% mais", conta a estilista ao lamentar o sistema de impostos do país.
A China impõe uma alta taxação aos tecidos nobres, importados quase todos da Itália, o que pesa muito sobre o preço final.
"A capacidade de produzir, a costura, não são um problema na China. O que pesa são as fazendas, que provêm 100% da península. A China ainda não tem esse nível", explicou.
"Vivo em dois mundos, dois horários, duas culturas, duas cozinhas. É magnífico!", brinca.
O chinês Zhu Chongyun, que comprou este ano a marca italiana Krizia, também vive como sua compatriota: com os pés em dois continentes.
"Não quero que a ideia de que como Krizia é agora de um chinês se tornou asiática", disse Chongyun à AFP.
Há sete anos o empresário Alfred Chan, dono do grupo de Hong Kong Ports Design Ltd, estimulou às grandes empresas de moda chinesas que confiassem na mão de obra local.
Marcas como Armani, Burberry e Prada não sofreram por ter trasladado parte da produção para o país.
"São muito bons!", declarou Miuccia Prada ao jornal Wall Street Journal, em 2011.
Os acabamentos não só podem ser realizados na China, como é possível que a indústria vá nessa direção.
A crise mundial obrigou os donos de grandes fábricas a trabalhar com a China para baixar custos e ao mesmo tempo o rápido enriquecimento de parte da população tornou os chineses atores-chave no mercado da moda.
Estimativas mostram que as compras de chineses realizadas no próprio país somadas às feitas no exterior representam 50% do volume de negócios do setor da alta moda.
Para a luxuosa empresa Ports 1961, que há dois anos mudou-se de Hong Kong para Milão, é necessário trabalhar na Itália.
"Trabalhamos com tecidos muito caros", explicou Salem Cibani, presidente da marca.
"Na Itália, o nível do trabalho manual é muito alto, tanto a nível artesanal como de estilo. Isso não consegue ser imitado pela China", explicou.
"Custa caro realizar estes produtos na Itália, mas esse é seu grande valor", resumiu.
am-kv/ame/mm
Para as empresas e estilistas produzir coleções de moda "made in China" é complicado devido aos tecidos, às barreiras comerciais e os problemas de imagem.
Para a italiana Miuccia Prada, todas as marcas famosas recorreram à grande capacidade dos chineses para confeccionar roupas, um segredo muito bem escondido pela produção em massa.
Uma Wang, uma das criadoras chinesas mais conhecidas fora do país, produz cerca de 40% de suas peças na China e 60% na Itália.
A parte criativa, assim como a fabricação de seus modelos, é feita em Xangai, mas Wang passa metade de seu tempo em Milão para ficar perto de seus fornecedores.
"Uma roupa produzida por mim na China quando chega às lojas custa 30% mais", conta a estilista ao lamentar o sistema de impostos do país.
A China impõe uma alta taxação aos tecidos nobres, importados quase todos da Itália, o que pesa muito sobre o preço final.
"A capacidade de produzir, a costura, não são um problema na China. O que pesa são as fazendas, que provêm 100% da península. A China ainda não tem esse nível", explicou.
"Vivo em dois mundos, dois horários, duas culturas, duas cozinhas. É magnífico!", brinca.
O chinês Zhu Chongyun, que comprou este ano a marca italiana Krizia, também vive como sua compatriota: com os pés em dois continentes.
"Não quero que a ideia de que como Krizia é agora de um chinês se tornou asiática", disse Chongyun à AFP.
Há sete anos o empresário Alfred Chan, dono do grupo de Hong Kong Ports Design Ltd, estimulou às grandes empresas de moda chinesas que confiassem na mão de obra local.
Marcas como Armani, Burberry e Prada não sofreram por ter trasladado parte da produção para o país.
"São muito bons!", declarou Miuccia Prada ao jornal Wall Street Journal, em 2011.
Os acabamentos não só podem ser realizados na China, como é possível que a indústria vá nessa direção.
A crise mundial obrigou os donos de grandes fábricas a trabalhar com a China para baixar custos e ao mesmo tempo o rápido enriquecimento de parte da população tornou os chineses atores-chave no mercado da moda.
Estimativas mostram que as compras de chineses realizadas no próprio país somadas às feitas no exterior representam 50% do volume de negócios do setor da alta moda.
Para a luxuosa empresa Ports 1961, que há dois anos mudou-se de Hong Kong para Milão, é necessário trabalhar na Itália.
"Trabalhamos com tecidos muito caros", explicou Salem Cibani, presidente da marca.
"Na Itália, o nível do trabalho manual é muito alto, tanto a nível artesanal como de estilo. Isso não consegue ser imitado pela China", explicou.
"Custa caro realizar estes produtos na Itália, mas esse é seu grande valor", resumiu.
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