Crítico da Revolução de Mao Tsé-Tung, escritor belga morre aos 78 anos
O sinólogo e escritor belga Pierre Ryckmans, que sob o pseudônimo de Simon Leys foi um dos primeiros a alertar para as perseguições do regime de Mao Tsé-Tung, morreu na Austrália, aos 78 anos.
Ryckmans, que também foi ensaísta e tradutor, faleceu em Canberra, onde morava e era professor desde os anos 1970, informou a editora Black Inc.
Os livros "Les Habits Neufs du Président Mao" ("As Novas Roupas do Presidente Mao", 1971) e "Ombres Chinoises ("Sombras Chinesas", 1974) denunciaram as atrocidades da Revolução Cultural (1966-76) e provocaram grandes polêmicas sobre aqueles que ele descrevia como "maoístas mundanos", simpatizantes ocidentais do abalo social e político que desestruturou a sociedade chinesa.
Ryckmans nasceu em 28 de setembro de 1935 em Bruxelas e viajou pela primeira vez à China aos 20 anos, depois de iniciar os estudos de história da arte.
O escritor prosseguiu com as pesquisas em Taiwan, Cingapura e Hong Kong. Ele conseguiu dominar o chinês clássico e moderno.
Intelectual e com atuação em várias áreas, Ryckmans publicou estudos sobre a pintura chinesa, sobre os contrastes de André Malraux, sobre Proteu, o deus marinho da mitologia grega, e sobre Victor Hugo.