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'Policial canibal' de Nova York é liberado pela Justiça

01/07/2014 18h20

NOVA YORK, 01 Jul 2014 (AFP) - Um ex-policial nova-iorquino condenado por planejar sequestrar, matar e comer mulheres - incluindo sua esposa - foi solto nesta terça-feira pela Justiça americana.

O caso de Gilberto Valle, apelidado de "policial canibal", teve repercussão mundial. Valle, de 30 anos, foi condenado à prisão perpétua em março de 2013, mas foi liberado 21 meses depois por falta de provas.

O homem frequentava sites dedicados a fetiches envolvendo morte e sexo, e detalhava seus planos de sequestrar mulheres, afirmando que iria torturá-las, matá-las e comê-las.

Ele ainda apresentou uma lista detalhada de suas possíveis vítimas, incluindo amigas e sua esposa. Foi ela quem entregou o marido ao FBI (a polícia federal americana) e testemunhou contra ele no julgamento.

Entretanto, em um decisão de 118 páginas, o juiz Paul Gardephe afirmou que, apesar de as fantasias de Valle serem "depravadas", nenhum crime foi realmente cometido.

"Ninguém foi sequestrado, nenhuma tentativa de sequestro ocorreu e nenhuma atitude fora da internet foi tomada para sequestrar alguém", escreveu o juiz.

"Suas conversas e e-mails não são o suficiente, tomadas por si só, para constituir o planejamento de um sequestro", acrescentou Gardephe.

Em curta sessão nesta terça, o juiz determinou que Valle fosse solto mediante uma fiança de 100.000 dólares. Os promotores anunciaram que vão recorrer.

Gardephe recomendou que, até que os recursos sejam julgados, Valle permaneça na casa de sua mãe, no Queens. Ele deverá usar uma pulseira eletrônica para monitoração, precisa realizar uma exame de saúde mental e está proibido de entrar na internet ou de deixar Nova York.

Sua advogada, Julia Gatto, comemorou a decisão, afirmando que seu cliente só era culpado de "ter pensamentos muito incomuns".

"Pessoas não podem ser presas pelo o que pensam", defendeu Gatto.

Valle foi preso em 2012, e também foi condenado por usar o banco de dados da polícia para compilar uma lista de potenciais vítimas.

O juiz Gardephe manteve a segunda acusação, punida com no máximo um ano de prisão.

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