Autoridades chinesas são favoráveis ao Facebook, mas para uso próprio
PEQUIM, 13 Jun 2014 (AFP) - As autoridades da China proíbem os 618 milhões de internautas do país de acessar as redes sociais internacionais, como Facebook, Twitter e Youtube, mas não hesitam em recorrer a elas quando querem se promover no exterior.
A agência oficial de notícias chinesa Xinhua, o Diário do Povo - órgão oficial do Partido Comunista -, e a televisão pública CCTV têm contas no microblog Twitter, assim como muitas cidades e governos locais.
Um exemplo é a cidade de Hanghzou, famosa por seus lagos e canais, que usa a rede para melhorar sua visibilidade internacional.
Seu concurso para eleger o "Marco Polo moderno" tem seus módulos no Facebook. O vencedor, um suíço de 26 anos, ganhou 40.000 euros, uma viagem de duas semanas a Hangzhou e terá que promover a cidade no Facebook e no Twitter por um ano.
- "Grande muralha informática"- As autoridades comunistas submetem a expressão a um rígido controle, tanto na rede como fora dela, e bloqueiam muitas páginas e redes sociais estrangeiras.
Para evitar esta "grande muralha informática", os internautas e empresas chinesas usam redes privadas virtuais (VPN) e os meios de comunicação oficiais recorrem a seus escritórios no exterior.
Para seu concurso, Hangzhou recorreu a uma agência digital instalada em Hong Kong.
A gigante das redes sociais explora ativamente o país. "Queremos ajudar as agências de turismo a falar de tudo o que é mal interpretado no exterior sobre a China", explicou no mês passado em Pequim Vaughan Smith, vice-presidente de desenvolvimento do Facebook.
O Facebook está em negociações para a abertura de um escritório na capital chinesa. A empresa publicou recentemente em sua página uma oferta de emprego em Pequim.
Sheryl Sandberg, diretora de exploração do Facebook, reuniu-se em setembro com o chefe de Departamento de Informação do Conselho de Assuntos de Estado chinês, encarregado da propaganda.
O Google também tem três escritórios na China continental, apesar de um processo sobre a censura que a obrigou a retirar seus servidores do país em 2010.
Já o Twitter, defensor da liberdade de expressão na rede, não mostra interesse especial em se instalar na China, embora seu diretor-geral, Dick Costolo, tenha se reunido com funcionários em sua primeira visita ao país, em março.
De acordo com Duncan Clark, presidente da assessoria de novas tecnologias BDA, as autoridades locais chinesas dispõem de enormes orçamentos de comunicação. Seus anúncios publicitários turísticos já aportam muito dinheiro ao Facebook.
"Há algo assim como um senso comum, um campo de entendimento em que a China e o Facebook aceitam fazer negócios juntos" por seu próprio interesse, declarou à AFP.
No Facebook, também se destacam outras campanhas, como a da cidade de Chengdu para recrutar um "Panembaixador" encarregado de cuidar dos pandas gigantes.
Aqueles que se opõem à censura dizem que é uma brincadeira.
"O internauta ocidental mediano não se dá conta de que, na verdade, essas páginas estão bloqueadas na China", disse à AFP o co-fundador do site "GreatFire.org", que se identifica pelo pseudônimo Charlie Smith. O governo chinês "dá a impressão de que o Facebook é aberto e livre", completa.
fms/bur-ple/jug/mf/erl/jo/mvv/dm
A agência oficial de notícias chinesa Xinhua, o Diário do Povo - órgão oficial do Partido Comunista -, e a televisão pública CCTV têm contas no microblog Twitter, assim como muitas cidades e governos locais.
Um exemplo é a cidade de Hanghzou, famosa por seus lagos e canais, que usa a rede para melhorar sua visibilidade internacional.
Seu concurso para eleger o "Marco Polo moderno" tem seus módulos no Facebook. O vencedor, um suíço de 26 anos, ganhou 40.000 euros, uma viagem de duas semanas a Hangzhou e terá que promover a cidade no Facebook e no Twitter por um ano.
- "Grande muralha informática"- As autoridades comunistas submetem a expressão a um rígido controle, tanto na rede como fora dela, e bloqueiam muitas páginas e redes sociais estrangeiras.
Para evitar esta "grande muralha informática", os internautas e empresas chinesas usam redes privadas virtuais (VPN) e os meios de comunicação oficiais recorrem a seus escritórios no exterior.
Para seu concurso, Hangzhou recorreu a uma agência digital instalada em Hong Kong.
A gigante das redes sociais explora ativamente o país. "Queremos ajudar as agências de turismo a falar de tudo o que é mal interpretado no exterior sobre a China", explicou no mês passado em Pequim Vaughan Smith, vice-presidente de desenvolvimento do Facebook.
O Facebook está em negociações para a abertura de um escritório na capital chinesa. A empresa publicou recentemente em sua página uma oferta de emprego em Pequim.
Sheryl Sandberg, diretora de exploração do Facebook, reuniu-se em setembro com o chefe de Departamento de Informação do Conselho de Assuntos de Estado chinês, encarregado da propaganda.
O Google também tem três escritórios na China continental, apesar de um processo sobre a censura que a obrigou a retirar seus servidores do país em 2010.
Já o Twitter, defensor da liberdade de expressão na rede, não mostra interesse especial em se instalar na China, embora seu diretor-geral, Dick Costolo, tenha se reunido com funcionários em sua primeira visita ao país, em março.
De acordo com Duncan Clark, presidente da assessoria de novas tecnologias BDA, as autoridades locais chinesas dispõem de enormes orçamentos de comunicação. Seus anúncios publicitários turísticos já aportam muito dinheiro ao Facebook.
"Há algo assim como um senso comum, um campo de entendimento em que a China e o Facebook aceitam fazer negócios juntos" por seu próprio interesse, declarou à AFP.
No Facebook, também se destacam outras campanhas, como a da cidade de Chengdu para recrutar um "Panembaixador" encarregado de cuidar dos pandas gigantes.
Aqueles que se opõem à censura dizem que é uma brincadeira.
"O internauta ocidental mediano não se dá conta de que, na verdade, essas páginas estão bloqueadas na China", disse à AFP o co-fundador do site "GreatFire.org", que se identifica pelo pseudônimo Charlie Smith. O governo chinês "dá a impressão de que o Facebook é aberto e livre", completa.
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