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Assessor de François Hollande acusado de conflito de interesses pede demissão

REUTERS/Philippe Wojazer
Imagem: REUTERS/Philippe Wojazer

Paris, França

18/04/2014 10h53

Um dos assessores mais influentes do presidente francês François Hollande anunciou nesta sexta-feira (18), sua demissão após ser acusado de conflito de interesses e de levar um estilo de vida luxuoso, em um momento no qual o governo defende a austeridade.

Aquilino Morelle, assessor político do presidente francês e chefe de sua equipe de comunicação, afirmou em comunicado que não cometeu nenhuma falha, mas que deseja, no entanto, "colocar um fim a suas funções" no Palácio do Eliseu para estar "totalmente livre para responder aos ataques".

Morelle, de origem espanhola, explicou que tomou a decisão "para não prejudicar o presidente da República, o governo e a maioria em um momento particularmente difícil da vida do país".

O influente assessor, de 51 anos, foi acusado pelo jornal virtual "Mediapart" de ter realizado uma assessoria ao laboratório farmacêutico dinamarquês Lunsbeck, por 12.500 euros, quando trabalhava na Inspeção Geral de Assuntos Sociais (IGAS), que tem como uma das funções vigiar essa indústria.

As revelações foram feitas em um péssimo momento para Hollande. O novo primeiro-ministro Manuel Valls, designado após a derrota incontestável do Partido Socialista nas recentes eleições municipais, acaba de anunciar medidas de austeridade que provocaram alertas entre a esquerda.

Vários deputados socialistas criticaram a nomeação de Valls, que tinha o apoio de Morelle. Os dois, ambos de origem espanhola, são amigos. Segundo a equipe do primeiro-ministro, Valls recomendou o pedido de demissão.