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Em exposição, assinaturas de Hitler e Lincoln revelam sobre seus autores

Entre as peças da exposição estão as assinaturas de Adolf Hitler e Eva Braun na certidão de casamento de 29 de abril de 1945, na véspera do suicídio do Fuhrer em Berlim - AP
Entre as peças da exposição estão as assinaturas de Adolf Hitler e Eva Braun na certidão de casamento de 29 de abril de 1945, na véspera do suicídio do Fuhrer em Berlim Imagem: AP

21/03/2014 20h17

A assinatura de Stalin era enérgica, a do presidente Truman, facilmente decifrável, e a de Churchill, mais formal: o traço destes personagens históricos na hora de escreverem seu nome revelam muito sobre seus autores.

As assinaturas destes três grandes líderes mundiais, deixadas no final da Segunda Guerra Mundial no programa de um concerto durante a Conferência de Potsdam, estão em exposição a partir de sexta-feira (21) até janeiro de 2015 nos Arquivos Nacionais dos Estados Unidos, em Washington.

Para a exposição, foram selecionadas cerca de 100 assinaturas de personalidades mundiais, desde o primeiro presidente dos Estados Unidos, George Washington, até o astro pop Michael Jackson.

Entre as peças mais impressionantes estão as assinaturas de Adolf Hitler e Eva Braun na certidão de casamento de 29 de abril de 1945, na véspera do suicídio do Fuhrer em Berlim.

Na certidão de casamento, encontrada pelas tropas americanas, consta que Hitler e Braun eram de "ascendência ariana pura" e há a pergunta: "Está disposta a tomar nosso Fuhrer, Adolf Hitler, como seu marido?".

A assinatura de Hitler é uma especie de garrancho torcido e a noiva começou escrevendo Eva B, antes de apagar o "B" de seu sobrenome de solteira para escrever "Eva Hitler". Como testemunhas, firmaram o documento os líderes nazistas Joseph Goebbels e Martin Bormann.

"As assinaturas nos dizem muito sobre seus autores e sobre as circunstâncias em que foram feitas", disse o arquivista David Ferreiro.

Entre as assinaturas em exibição aparecem ainda a do presidente americano durante a Guerra Civil, Abraham Lincoln, que Ferreiro considerou "decidida", e a da lenda de Hollywood Katharine Hepburn, qualificada de "intrépida".

A exposição revela ainda as mudanças de rumo da política internacional, a exemplo de um cartão firmado em 1989 por Saddam Hussein para saudar o presidente dos Estados Unidos, George H. W. Bush, dois anos antes do ataque aliado ao Iraque em resposta à invasão iraquiana ao Kuwait.

A exposição também traz um objeto contemporâneo, uma caneta que permite ao presidente americano, Barack Obama, firmar documentos quando está longe de Washington.