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Herdeiros de Peggy Guggenheim processam fundação que administra coleção

Fachada do museu Peggy Guggenheim, em Veneza, Itália - Monica Zarattini/Divulgação
Fachada do museu Peggy Guggenheim, em Veneza, Itália Imagem: Monica Zarattini/Divulgação

De Paris (França)

17/03/2014 17h16Atualizada em 17/03/2014 18h38

Descendentes da colecionadora de arte Peggy Guggenheim (1898-1979) entraram na justiça francesa contra a Fundação Salomon Guggenheim, que administra o espólio em Veneza, alegando que os desejos da avó não estariam sendo respeitados.

Os herdeiros denunciam o "cinismo comercial" da fundação com sede em Nova York e a "desnaturalização" desse lugar artístico concebido por Peggy Guggenheim, declarou à AFP Laurence Tâcu, ex-mulher de Sandro Rumney, um dos netos da colecionadora.

Um tribunal de Paris vai examinar o caso no dia 21 de maio.

Rica e excêntrica, assim como grande mecenas, Peggy teve vários maridos - entre eles Max Ernst - e reuniu a partir dos anos 1930 uma excepcional coleção de arte moderna, instalada num palácio veneziano, localizado ao longo do Grande Canal.

Antes de sua morte, Peggy doou o palácio e sua coleção de 326 obras à Fundação Solomon Guggenheim, na época presidida por seu primo Harry Guggenheim, sob a condição de que as obras permanecessem no Palazzo Venier dei Leoni.

"Não tenho dúvidas de que essas condições não foram respeitadas", afirma Tâcu.

Além disso, o jardim do palácio - onde se encontra o túmulo da colecionadora - foi modificado, segundo Tâcu. Os arredores da sepultura teriam se tornado "um lugar comercial, lucrativo", já que são frequentemente alugados para eventos privados.

A coleção de Peggy Guggenheim inclui obras de Picasso, Matisse, Mondrian, Kandinsky, Léger, Braque, Miró, Ernst, Brancusi, Giacometti, Calder, assim como de expressionistas norte-americanos.