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Manuscrito com trechos inéditos da "A Colmeia" apresentado na Espanha

06.fev.2014 - Biblioteca Nacional da Espanha apresenta manuscrito inédito de "A Colmeia",  obra mais importante do prêmio Nobel de Literatura espanhol, Camilo José Cela. Na foto, Noël Salomon e Marina Castaño, filha e viúva de Cela, respectivamente - EFE/Ballesteros
06.fev.2014 - Biblioteca Nacional da Espanha apresenta manuscrito inédito de "A Colmeia", obra mais importante do prêmio Nobel de Literatura espanhol, Camilo José Cela. Na foto, Noël Salomon e Marina Castaño, filha e viúva de Cela, respectivamente Imagem: EFE/Ballesteros

Da EFE, em Madri

06/02/2014 13h02

A Biblioteca Nacional da Espanha apresentou nesta quinta-feira (6) um manuscrito com passagens inéditas de "A Colmeia", a obra mais importante do prêmio Nobel de Literatura espanhol, Camilo José Cela.

O manuscrito, composto de várias páginas em que há passagens inéditas e outras que foram censuradas, foi doado por Annie Salomão, filha do francês Noël Salomon, para a Biblioteca Nacional.

"É um manuscrito fragmentário", explicou o professor de história da literatura espanhola, Adolfo Sotelo, durante uma coletiva de imprensa, que foi acompanhada pela doadora. "Certamente Cela deixou o manuscrito para o professor Noël Salomon para que ele pudesse estudar o impacto da censura em um texto literário", acrescentou.

Assim, algumas das páginas que do manuscrito tem passagens censuradas com o selo franquista. "A maior parte do manuscrito faz parte da cópia apresentada por Camilo José Cela em 7 de janeiro de 1946 ao órgão de censura", e um primeiro esboço da obra de Cela, segundo Sotelo.

A maioria das folhas estão datilografadas, algumas com correções manuscritas e riscos do próprio escritor, enquanto algumas são manuscritas. Cela conseguiu editar "A Colmeia" pela primeira vez na Argentina em 1951, mas continuo a trabalhar o texto, o que resultou em "um romance de cinco redações diferentes", segundo o professor Sotelo.

"Este manuscrito tem um alto valor e pode comprovar duas questões: a primeira quanto a natureza das passagens censuradas, que confirma que a censura estava muito preocupada com os aspectos eróticos", afirma Sotelo. "E a segunda, é que comprova junto as versões da Fundação Camilo José Cela o meticuloso trabalho de criação, reelaboração e como dizia o próprio autor o sofrimento, dos textos por parte do escritor", acrescentou.

"A Colmeia não é um manuscrito, mas um conjunto de manuscritos e esta peça é substancial nesse pacote", disse ele.