Companheira do milionário Abramovich se desculpa por foto considerada racista

MOSCOU, 22 Jan 2014 (AFP) - A companheira do milionário russo Roman Abramovich, Daria Jukova, fundadora de uma galeria de arte moderna em Moscou, pediu perdão nesta terça-feira após a publicação de uma foto na qual aparece sentada em uma cadeira que representa uma mulher negra amarrada e seminua.

A fotografia apareceu no blog Buro 24/7 da russa Miroslava Duma ilustrando uma entrevista com Daria Jukova, de 32 anos e fundadora da galeria moscovita Garage, que é vista com uma calça jeans e uma camisa branca sentada em uma cadeira com a forma de uma mulher negra no chão, com as pernas para cima e os seios descobertos.

Esta foto provocou uma avalanche de comentários negativos, alguns dos quais afirmavam que havia sido publicada coincidindo com o dia em que os americanos lembram Martin Luther King.

"Não deveriam existir coisas assim", escreveu Alex Rees, redator encarregado da cultura pop no site Cosmopolitan.com. "Se existem (...) não deveriam ser fotografadas e divulgadas na internet, sobretudo no dia de Martin Luther King", considerou.

"Abomino o racismo e queria pedir perdão a todos os que se sentiram ofendidos com esta imagem", declarou Daria Jukova em um comunicado, no qual ressaltou que a foto havia sido publicada fora de seu contexto e que "é uma obra de arte que supostamente deveria ilustrar a política racial e de sexos".

O blog Buro 24/7 também pediu perdão e mudou a composição da foto.

O especialista russo em arte moderna Andrei Erofeiev, que também foi acusado de incitação ao ódio religioso após uma exposição em 2007, considerou que Daria Jukova havia sido mal interpretada.

"A arte contemporânea está marcada pela crítica, e sempre é preciso considerar este ângulo", declarou Erofeiev ao site gazeta.ru, acrescentando que a cadeira da foto era inspirada em obras parecidas do artista pop britânico Allen Jones que representam uma mulher branca.

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