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Relembre os dirigentes obrigados a dar explicações sobre sua vida pessoal

15/01/2014 11h07

PARIS, 15 Jan 2014 (AFP) - Vários presidentes ou primeiros-ministros, com Bill Clinton e Nicolas Sarkozy à frente, foram obrigados a se explicar publicamente ou se desculpar por questões relacionadas a sua privacidade.

O presidente francês François Hollande, envolvido em um recente escândalo por seu suposto 'affair' com uma atriz, decidiu adiar este confrontamento, prometendo um esclarecimento futuro sobre a situação com a sua companheira oficial.

Insistindo que "os problemas particulares são resolvidos particularmente", o chefe de Estado francês não quis fazer comentários sobre as revelações de seu caso com a atriz Julie Gayet, admitindo simplesmente que a sua relação com Valérie Trierweiler atravessava "um momento doloroso".

No que concerne a privacidade, há uma grande diferença entre os chefes de Estado e de Governo do mundo anglo-saxão, onde a fronteira vida privada/vida pública é tênue, e no resto do mundo, especialmente na Europa do sul, onde a privacidade é mais respeitada e as escapadas amorosas muito mais toleradas.

Após o caso Lewinsky, o presidente dos Estados Unidos Bill Clinton foi forçado, em agosto de 1998, a admitir, por meio de um vídeo e diante de um júri, que ele teve uma "relação inapropriada" com uma jovem estagiária, Monica, na Casa Branca.

Três semanas depois, sob pressão do promotor Kenneth Starr, mas também da Câmara dos Deputados de maioria republicana, ele precisou provar, ao vivo na televisão, "seu arrependimento".

Lágrimas nos olhos, ele expressou seu "arrependimento" e "pediu desculpas" para todo o país, durante um café da manhã com 125 líderes religiosos do país.

Mas foi apenas ao final de seu segundo mandato, que o presidente americano conseguiu se livrar de um impeachment.

Ao contrário dos costumes da democracia americana, o presidente russo Vladimir Putin e sua esposa Lyudmila anunciaram em junho de 2013 seu divórcio em uma entrevista televisionada.

Após vários anos sem aparecer publicamente e com o total sigilo sobre a sua privacidade, o casal foi entrevistado na saída de um espetáculo. Como se nada tivesse acontecido, anunciaram seu divórcio sem especificar a data em que teria acontecido.

Este anúncio, sem precedentes e preparado com antecedência, foi precedido em abril de 2008 pela prisão de um jornalista do Moskovsky Korrespondent, que havia mencionado um possível novo casamento entre Putin com a ginasta russa Alina Kaba¯eva.

Na França, onde os problemas conjugais do ex-presidente Nicolas Sarkozy foram amplamente comentados, foi por meio de um comunicado de imprensa conciso de 15 palavras que o casal presidencial anunciou seu divórcio, "por consentimento mútuo", em outubro de 2007.

Poucos meses depois, Nicolas Sarkozy autorizou a publicação de fotos com sua nova conquista, a modelo e cantora Carla Bruni.

Em contrapartida, o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi sempre rejeitou como "ataques ultrajantes" as revelações publicadas pela imprensa sobre suas escapadas com garotas de programa, incluindo uma menor de idade.

Longe de dar explicações, o Cavaliere sempre evitou discutir os escândalos provocando: "É melhor ter uma paixão por mulheres bonitas do que ser gay!".

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