Topo

Jornalista dos EUA expulso da Rússia teria violado a lei migratória

14/01/2014 13h35

MOSCOU, 14 Jan 2014 (AFP) - O jornalista americano David Satter, expulso da Rússia, violou a lei migratória russa 'de maneira flagrante' e não poderá residir no país durante cinco anos, informou nesta terça-feira o ministério russo das Relações Exteriores.

O jornalista David Satter, de 66 anos, cometeu "violações flagrantes da lei migratória russa", indicou nesta terça-feira o ministério russo.

O americano se defendeu dizendo que uma vez na Ucrânia, onde chegou procedente da Rússia, não conseguiu obter um visto para retornar para Moscou.

"Um visto de entradas múltiplas foi negado ao jornalista pelas violações flagrantes da lei migratória russa", afirmou o ministério em um comunicado.

"Este cidadão americano viveu de fato ilegalmente na Rússia entre 22 e 26 de novembro de 2013 [...] Terá proibido o acesso à Rússia durante cinco anos a partir de sua expulsão" (em 4 de dezembro passado), acrescentou o ministério.

"Disseram que a minha presença na Rússia não era bem vista pelos serviços de segurança. Não me indicaram razões", comentou o americano em uma entrevista à CNN.

"Escrevo sobre a Rússia há quatro décadas e nunca vi tal formulação ser aplicada a um jornalista", acrescentou.

David Satter trabalhava na Rússia para a Rádio Free Europe/Radio Liberty desde 2003. Este ex-correspondente do Wall Street Journal e do Financial Times também é autor de três livros sobre a Rússia e a ex-União Soviética.

Ele afirmou ter sido expulso do país depois de cobrir as manifestações pró-europeias na Ucrânia a partir de 21 de novembro.

Trata-se de uma das primeiras expulsões de jornalistas ocidentais da Rússia desde o fim da Guerra Fria, e a primeira de um jornalista americano.