A segunda parte da saga "Jogos Vorazes" afina sua mensagem política

LOS ANGELES, 13 Nov 2013 (AFP) - Depois do sucesso mundial do primeiro filme em 2012, a saga "Jogos Vorazes" volta às telas impulsionada pelo carisma da atriz Jennifer Lawrence e com uma mensagem política sem maquiagem, que incentiva as jovens gerações a se rebelarem contra a ordem estabelecida.

"Jogos Vorazes: Em Chamas" (The Hunger Games: Catching Fire, no original) já estreou na segunda-feira em Londres e chega ao Brasil nesta sexta-feira, dia 15.

Produzida pelo estúdio Lionsgate, a adaptação para o cinema da bem sucedida trilogia de livros da americana Suzanne Collins conquistou de imediato a liderança das bilheterias, arrecadando 693 milhões de dólares com sua primeira parte.

A Lionsgate, que aproveitou para criar uma vasta gama de produtos derivados - camisetas, action figures e inclusive chocolates -, também trabalha numa série de projetos de parques temáticos inspirados na série.

"Jogos Vorazes" relata as aventuras da jovem Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) em Panem, uma sociedade totalitária dominada pelos oligarcas do Capitólio, que fazem reinar o terror nos 12 distritos onde se agrupa a maior parte da população.

No primeiro filme, Katniss e seu amigo Peeta (Josh Hutcherson) vencem a 74a. edição dos "Jogos Vorazes", competição organizada pelo Capitólio onde os candidatos de cada distrito travam uma disputa mortal de onde apenas um sai vivo.

Agora os encontramos de novo em plena "turnê dos vencedores", uma operação de propaganda destinada a acalmar a multidão agitada, papel ao qual Katniss e Peeta se prestam de má vontade.

Irritado com a personalidade contestadora de Katniss, o presidente de Panem (Donald Sutherland) decide, para eliminá-la, que a edição 75 dos jogos será disputada pelos vencedores anteriores. Katniss e Peeta voltam de novo à arena de batalha, no momento em que a revolta se forja nos distritos mais oprimidos.

Este terreno de contestação antecede a revolução descrita na terceira parte da série, que chegará às telas dividida em dois episódios, em 2014 e 2015, e permite acentuar a mensagem política da trilogia.



Ir a contra a corrente

"A história tem a tendência de repetir-se e acho que a mensagem mais importante para as jovens gerações é dizer a elas até que ponto são essenciais para definir a sociedade do futuro", afirmou Jennifer Lawrence na apresentação do filme à imprensa na sexta-feira passada em Beverly Hills.

"É uma ocasião maravilhosa para dizer aos jovens adultos: vocês não são obrigados a seguir o caminho traçado. Mesmo que tenham a impressão de estarem sozinhos, uma única voz é suficiente para dizer 'isso não é bom'", acrescentou a atriz de 23 anos, premiada com o Oscar pelo filme "O Lado Bom da Vida".

Josh Hutcherson concorda com a colega. "Em todos os cantos do mundo, nos chegam sem parar verdades sobre tudo o que acontece. E os meios de comunicação passam seu tempo dizendo (aos jovens) como eles devem ser. Acho que este filme mostra um pouco como ir contra a corrente", afirmou.

Mesmo o veterano Donald Sutherland assegura que foi fundamental para ele participar em um filme que mostra "de forma muito clara tudo que se vê há muito tempo, os perigos que representam as oligarquias e os privilégios".

O elenco conta ainda com Woody Harrelson, Elizabeth Banks, Stanley Tucci e Lenny Kravitz. O diretor do primeiro filme, Gary Ross, passou o bastão para Francis Lawrence.

Para Nina Jacobson, produtora dos filmes, esta mudança não compromete a coerência da saga.

"O cerne destes filmes são o ponto de vista de Katniss e se permanecermos fiel a isso, ela continuará coerente", explica.

Jennifer Lawrence assegura, por sua parte, não ter medo de ficar permanentemente identificada a Katniss Everdeen. "Adoro este personagem, estou muito orgulhosa e será uma honra ficar associada a ela durante o resto de meus dias", garante.