Alemanha, França, Espanha e Suécia espionavam com a ajuda de britânicos
LONDRES, 02 Nov 2013 (AFP) - Os serviços de inteligência alemão, francês, espanhol e sueco desenvolveram sistemas de vigilância em massa em "colaboração estreita" com a agência britânica de espionagem e segurança GCHQ, revelou neste sábado o jornal The Guardian.
O desenvolvimento desses sistemas remonta aos últimos cinco anos, de acordo com o jornal britânico, que se baseia em documentos obtidos pelo ex-consultor de inteligência americano Edward Snowden, procurado por Washignton e atualmente asilado na Rússia.
Estas novas revelações surgem no momento em que Europa e a Ásia se veem envolvidas na polêmica da espionagem internacional
Em um relatório da agência britânica de monitoramento eletrônico (GCHQ) sobre os seus parceiros europeus datado de 2008 e citado neste sábado pelo The Guardian, a agência britânica expressa "admiração pelas capacidades técnicas" do serviço de inteligência externa da Alemanha (BND).
O BND possui "um enorme potencial tecnológico e um bom acesso ao coração da internet - eles já monitoram cabos de fibra óptica de 40 gigabit e 100 gigabit" por segundo, afirma o relatório.
Até 2012, a GCHQ só era capaz de monitorar cabos de 10 gigabits por segundo, segundo o jornal.
The Guardian afirma ainda que a agência britânica "tem desempenhado um papel fundamental no aconselhamento dos seus homólogos europeus sobre a forma de contornar as leis nacionais para limitar o poder de fiscalização das agências de inteligência".
"Nós ajudamos o BND a aprovar uma reforma (...) da legislação muito restritiva em matéria de intercepção (das comunicações) na Alemanha", explica o relatório da GCHQ citado pelo jornal.
No caso da França, também elogiada no documento, a Direção Geral da Segurança Externa (DGSE) dispõe "de uma estreita relação com uma grande empresa de telecomunicações, que não é nomeada", de acordo com The Guardian.
A GCHQ "espera tirar proveito dessa relação para suas próprias operações", acrescenta o jornal, que afirma que a agência britânica treinou membros da DGSE para "operações na internet multidisciplinares".
Quanto à Espanha, o CNI realizava, pelo menos em 2008, uma vigilância em massa das comunicações na internet através de uma empresa britânica.
A GCHQ também elogia a aprovação em 2008 de uma lei na Suécia para coletar dados na internet e telefônicos transmitidos por cabos de fibra óptica.
Nos últimos meses, uma série de revelações do ex-consultor Edward Snowden sobre a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, para a qual prestava serviços, provocou fortes reações em todo o mundo.
Na sexta-feira, Brasil e Alemanha apresentaram na ONU um projeto de resolução sobre o direito à privacidade na era digital, em resposta às revelações sobre o programa de espionagem internacional dos Estados Unidos que afetou líderes de ambos os países.
O projeto de declaração não menciona os Estados Unidos, mas pede "medidas para pôr fim às violações" do direito à privacidade, "incluindo o contexto da comunicação digital", e que novas atividades desse tipo sejam "evitadas", obrigando os países a cumprir suas obrigações no âmbito da legislação internacional de direitos humanos.
O desenvolvimento desses sistemas remonta aos últimos cinco anos, de acordo com o jornal britânico, que se baseia em documentos obtidos pelo ex-consultor de inteligência americano Edward Snowden, procurado por Washignton e atualmente asilado na Rússia.
Estas novas revelações surgem no momento em que Europa e a Ásia se veem envolvidas na polêmica da espionagem internacional
Em um relatório da agência britânica de monitoramento eletrônico (GCHQ) sobre os seus parceiros europeus datado de 2008 e citado neste sábado pelo The Guardian, a agência britânica expressa "admiração pelas capacidades técnicas" do serviço de inteligência externa da Alemanha (BND).
O BND possui "um enorme potencial tecnológico e um bom acesso ao coração da internet - eles já monitoram cabos de fibra óptica de 40 gigabit e 100 gigabit" por segundo, afirma o relatório.
Até 2012, a GCHQ só era capaz de monitorar cabos de 10 gigabits por segundo, segundo o jornal.
The Guardian afirma ainda que a agência britânica "tem desempenhado um papel fundamental no aconselhamento dos seus homólogos europeus sobre a forma de contornar as leis nacionais para limitar o poder de fiscalização das agências de inteligência".
"Nós ajudamos o BND a aprovar uma reforma (...) da legislação muito restritiva em matéria de intercepção (das comunicações) na Alemanha", explica o relatório da GCHQ citado pelo jornal.
No caso da França, também elogiada no documento, a Direção Geral da Segurança Externa (DGSE) dispõe "de uma estreita relação com uma grande empresa de telecomunicações, que não é nomeada", de acordo com The Guardian.
A GCHQ "espera tirar proveito dessa relação para suas próprias operações", acrescenta o jornal, que afirma que a agência britânica treinou membros da DGSE para "operações na internet multidisciplinares".
Quanto à Espanha, o CNI realizava, pelo menos em 2008, uma vigilância em massa das comunicações na internet através de uma empresa britânica.
A GCHQ também elogia a aprovação em 2008 de uma lei na Suécia para coletar dados na internet e telefônicos transmitidos por cabos de fibra óptica.
Nos últimos meses, uma série de revelações do ex-consultor Edward Snowden sobre a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, para a qual prestava serviços, provocou fortes reações em todo o mundo.
Na sexta-feira, Brasil e Alemanha apresentaram na ONU um projeto de resolução sobre o direito à privacidade na era digital, em resposta às revelações sobre o programa de espionagem internacional dos Estados Unidos que afetou líderes de ambos os países.
O projeto de declaração não menciona os Estados Unidos, mas pede "medidas para pôr fim às violações" do direito à privacidade, "incluindo o contexto da comunicação digital", e que novas atividades desse tipo sejam "evitadas", obrigando os países a cumprir suas obrigações no âmbito da legislação internacional de direitos humanos.
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