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Artista desmonta igreja italiana para reconstruí-la no MoMa, em Nova York

A capela da Madonna del Carmine, em Montegiordano, na região italiana da Calábria - Reprodução/Comune di Montegiordano
A capela da Madonna del Carmine, em Montegiordano, na região italiana da Calábria Imagem: Reprodução/Comune di Montegiordano

De Montegiordano (Itália)

30/10/2013 13h57Atualizada em 30/10/2013 15h40

O artista italiano Francesco Vezzoli desmontou peça por peça uma igreja do extremo sul da Itália para reconstruí-la em frente ao Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), provocando uma polêmica entre as autoridades encarregadas do patrimônio.

A linda igreja de Montegiordano, um povoado de 2.000 habitantes, construída no fim do século 19 e dessacralizada, foi cuidadosamente empacotada pedaço a pedaço para ser enviada aos Estados Unidos, onde deve figurar no pátio do MoMA PSI, um dos maiores museus de arte contemporânea do mundo.

Para Francesco Vezzoli, de 42 anos, um dos artistas italianos mais conhecidos e controversos, esta mudança forma parte de um projeto batizado de "Trindade", sobre arte, religião e glamour, em colaboração com o museu nova-iorquino e seus equivalentes em Los Angeles (MoCA) e Roma (Maxxi).

Sua ideia é mostrar que a arte é uma religião e que o glamour de Hollywood também está se convertendo nisso.

O caso provocou polêmica entre as autoridades italianas. Segundo o jornal "Corriere della Sera", a Superintendência de Bens Culturais de Consenza, a região envolvida, nos confins da Calábria, bloqueou a operação, mas quase toda a igreja desmontada encontra-se em um hangar do porto de Gioia Tauro.

"Tenho todas as autorizações em ordem. (...) A igreja estava perdida no meio de um campo de ervas daninhas e estou levando-a para o MoMA PS1. Não é muito melhor?", declarou Vezzoli ao "Corriere".