AEG Live é isenta de responsabilidade na morte de Michael Jackson
LOS ANGELES, 03 Out 2013 (AFP) - Um júri decidiu nesta quarta-feira que a empresa de eventos AEG Live não teve responsabilidade na morte do cantor Michael Jackson, em 2009, e negou a indenização multimilionária solicitada pela família ao final de um processo de cinco meses, em Los Angeles.
Os jurados concordaram em que a AEG Live contratou o doutor Conrad Murray - condenado pela morte involuntária de Jackson - mas estimaram que o cardiologista era competente, a priori, para fazer seu trabalho. Essa última decisão foi fundamental para definir o fracasso da ação da família Jackson.
A AEG Live organizava os shows que Michael Jackson faria antes de morrer em 2009, por causa da overdose do anestésico propofol nas mãos de Murray. A família de Jackson, representada pela matriarca Katherine, de 83 anos, entrou com uma ação contra a empresa, pedindo até US$ 1,6 bilhão por negligência ao contratar o cardiologista.
Uma funcionária do tribunal na Corte Superior de Los Angeles leu, diante da juíza Yvette Palazuelos, as duas primeiras perguntas de um intenso questionário entregue aos 12 jurados na última quinta, quando se retiraram para deliberar:
"A AEG Live contratou o doutor Conrad Murray? Resposta: Sim. Era Murray inadequado ou incompetente para o trabalho para o qual foi contratado? Resposta: Não".
Presente na audiência, Katherine Jackson se manteve impassível, enquanto cerca de 20 fãs que acompanhavam o julgamento desde o início reagiram com bastante surpresa.
O principal advogado da AEG Live, Marvin Putnam, comemorou o veredicto.
"A decisão do júri inocenta completamente a AEG Live e confirma o que soubemos desde o início: embora a morte de Michael Jackson tenha sido uma terrível tragédia, não é uma tragédia pela qual a AEG Live seja responsável".
O executivo Randy Phillips, um dos principais produtores dos shows, acrescentou: "Perdemos um dos maiores gênios da música, mas estou profundamente aliviado e agradecido que o júri tenha reconhecido que nem eu, nem ninguém na AEG Live teve nada a ver com a trágica morte de Michael".
Na outra esquina, como era esperado, um dos advogados dos Jackson afirmou que sua equipe "não está feliz com o resultado".
"Exploraremos todas as opções legais e, baseando-nos nos fatos, tomaremos uma decisão", declarou Kevin Boyle aos jornalistas na saída do tribunal no centro de Los Angeles.
-- Pelo bem das crianças --
Michael Jackson morreu em 25 de junho de 2009, aos 50 anos, em sua mansão em Holmby Hills, no subúrbio de Los Angeles. Lá, o artista ensaiava para o show "This Is It", que faria em Londres e estava sendo produzido pela AEG Live.
Murray foi condenado a quatro anos de prisão em 2011 por ministrar propofol no cantor, que sofria de insônia crônica.
Os Jackson queriam que a AEG Live pagasse US$ 85 milhões a cada um dos três filhos da estrela do pop (Prince Michael, de 16; Paris, de 15; e "Blanket", de 11), por danos emocionais. Além disso, queriam indenização, de US$ 900 milhões a US$ 1,6 bilhão, por danos econômicos.
Durante o julgamento, Putnam classificou essas cifras de "absurdas".
Um dos jurados, Greg Barden, explicou aos jornalistas a decisão do painel: "no final, ele (Murray) terminou não sendo ético, porque fez algo que não devia ter feito, mas se você for ler a pergunta, a resposta não poderia ter sido outra".
Jamie Lee, uma jovem fã de Michael Jackson, ficou "muito decepcionada" com o resultado.
"Conrad Murray fue contratado para cuidar de Michael, e Michael está morto", disse à AFP. "Como pode ser competente se seu paciente morreu? (...) Realmente, espero que os Jackson entrem com outro processo e tentem uma apelação. Eles merecem", completou.
Putnam, advogado da AEG Live, reconheceu que essa possibilidade está sobre a mesa. "Depois de um caso assim, costuma haver uma apelação", disse à imprensa. "Mas os garotos passaram por muita coisa. Espero, pelo bem deles, que a família não apele".
Paris, a filha do meio, que daria testemunharia em juízo, foi dispensada: ao longo do processo, a adolescente tentou se suicidar e foi internada para tratar da depressão.
Os jurados concordaram em que a AEG Live contratou o doutor Conrad Murray - condenado pela morte involuntária de Jackson - mas estimaram que o cardiologista era competente, a priori, para fazer seu trabalho. Essa última decisão foi fundamental para definir o fracasso da ação da família Jackson.
A AEG Live organizava os shows que Michael Jackson faria antes de morrer em 2009, por causa da overdose do anestésico propofol nas mãos de Murray. A família de Jackson, representada pela matriarca Katherine, de 83 anos, entrou com uma ação contra a empresa, pedindo até US$ 1,6 bilhão por negligência ao contratar o cardiologista.
Uma funcionária do tribunal na Corte Superior de Los Angeles leu, diante da juíza Yvette Palazuelos, as duas primeiras perguntas de um intenso questionário entregue aos 12 jurados na última quinta, quando se retiraram para deliberar:
"A AEG Live contratou o doutor Conrad Murray? Resposta: Sim. Era Murray inadequado ou incompetente para o trabalho para o qual foi contratado? Resposta: Não".
Presente na audiência, Katherine Jackson se manteve impassível, enquanto cerca de 20 fãs que acompanhavam o julgamento desde o início reagiram com bastante surpresa.
O principal advogado da AEG Live, Marvin Putnam, comemorou o veredicto.
"A decisão do júri inocenta completamente a AEG Live e confirma o que soubemos desde o início: embora a morte de Michael Jackson tenha sido uma terrível tragédia, não é uma tragédia pela qual a AEG Live seja responsável".
O executivo Randy Phillips, um dos principais produtores dos shows, acrescentou: "Perdemos um dos maiores gênios da música, mas estou profundamente aliviado e agradecido que o júri tenha reconhecido que nem eu, nem ninguém na AEG Live teve nada a ver com a trágica morte de Michael".
Na outra esquina, como era esperado, um dos advogados dos Jackson afirmou que sua equipe "não está feliz com o resultado".
"Exploraremos todas as opções legais e, baseando-nos nos fatos, tomaremos uma decisão", declarou Kevin Boyle aos jornalistas na saída do tribunal no centro de Los Angeles.
-- Pelo bem das crianças --
Michael Jackson morreu em 25 de junho de 2009, aos 50 anos, em sua mansão em Holmby Hills, no subúrbio de Los Angeles. Lá, o artista ensaiava para o show "This Is It", que faria em Londres e estava sendo produzido pela AEG Live.
Murray foi condenado a quatro anos de prisão em 2011 por ministrar propofol no cantor, que sofria de insônia crônica.
Os Jackson queriam que a AEG Live pagasse US$ 85 milhões a cada um dos três filhos da estrela do pop (Prince Michael, de 16; Paris, de 15; e "Blanket", de 11), por danos emocionais. Além disso, queriam indenização, de US$ 900 milhões a US$ 1,6 bilhão, por danos econômicos.
Durante o julgamento, Putnam classificou essas cifras de "absurdas".
Um dos jurados, Greg Barden, explicou aos jornalistas a decisão do painel: "no final, ele (Murray) terminou não sendo ético, porque fez algo que não devia ter feito, mas se você for ler a pergunta, a resposta não poderia ter sido outra".
Jamie Lee, uma jovem fã de Michael Jackson, ficou "muito decepcionada" com o resultado.
"Conrad Murray fue contratado para cuidar de Michael, e Michael está morto", disse à AFP. "Como pode ser competente se seu paciente morreu? (...) Realmente, espero que os Jackson entrem com outro processo e tentem uma apelação. Eles merecem", completou.
Putnam, advogado da AEG Live, reconheceu que essa possibilidade está sobre a mesa. "Depois de um caso assim, costuma haver uma apelação", disse à imprensa. "Mas os garotos passaram por muita coisa. Espero, pelo bem deles, que a família não apele".
Paris, a filha do meio, que daria testemunharia em juízo, foi dispensada: ao longo do processo, a adolescente tentou se suicidar e foi internada para tratar da depressão.
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