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Oliver Stone apresenta história oculta dos EUA em San Sebastián

24/09/2013 20h41

S¥O SEBASTI¥O, Espanha, 24 Set 2013 (AFP) - O cineasta americano Oliver Stone assegurou esta terça-feira que procurava entender como o seu país virou um império quando fez "A História não contada dos Estados Unidos", série de documentário para a televisão apresentada no festival de cinema de San Sebastián.

"Em 2008 senti que George W. Bush tinha realmente me inspirado a me lançar em outra tentativa de entender o meu país, onde nasci e onde vivi", explicou à imprensa o diretor americano à margem da mostra espanhola.

"Como pôde o nosso país virar isto? Como pôde se comportar assim? Não acho que um filme de ficção teria podido responder a isto", assegurou o diretor de filmes como "JFK - A pergunta que não quer calar" (1991) e "Assassinos por Natureza" (1994).

Assim surgiu "A História não contada dos Estados Unidos", uma série de doze episódios parcialmente exibida no ano passado na televisão a cabo americana e que o cineasta foi apresentar integralmente no âmbito da seção Zabaltegi.

Narrada e escrita por Stone em colaboração com Peter Kuznick, historiador e diretor do Instituto de Estudos Nucleares da American University, a série começa na Segunda Guerra Mundial e o lançamento das bombas atômicas sobre o Japão.

"Foi um grande erro que se tornou um mito fundador do império americano", assegurou o cineasta.

"Se formos nas raízes, na Segunda Guerra Mundial e na Guerra Fria, a Truman e Eisenhower, começamos a compreender o desejo de controle e o que aconteceu com os Estados Unidos", considerou.

Desenvolvida durante cinco anos, a série mostra a partir de imagens de arquivo e com um ritmo trepidante fatos quais não se informou em seu momento, mas que forjaram de forma crucial, segundo Stone, a história do seu país.

"Para mim este foi um grande trabalho, talvez meu trabalho mais importante e estaria muito orgulhoso se pudesse ficar para as próximas gerações", assegurou o diretor.

Assíduo ao festival de San Sebastián, Stone foi homenageado na edição passada com um prêmio honorário Donostia pelo conjunto da obra.

O cineasta tem três Oscars em seu currículo: melhor roteiro por "O Expresso da Meia-noite" (1978) de Alan Parker, melhor filme e melhor diretor por "Platoon" (1986) e melhor diretor por "Nascido em 4 de Julho" (1989).