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Jornalista italiano pede que seus sequestradores sejam julgados na Síria

12/09/2013 11h10

ROMA, 12 Set 2013 (AFP) - O jornalista italiano Domenico Quirico, libertado domingo após cinco meses de cativeiro na Síria, fez um apelo nesta quinta-feira aos chefes da rebelião a prender e julgar seus sequestradores, "que desonram a revolução síria".

"A revolução síria contra o presidente Bashar al-Assad perdeu a sua honra", escreveu ele na coluna do seu jornal, La Stampa.

"Para lavar essa desonra, deve conduzir uma investigação, prender os responsáveis pelo nosso sequestro e punir de forma exemplar pelos crimes que cometeram contra nós e contra a revolução", acrescentou.

"Se isso não acontecer, significa que seus líderes que participam de conferências em Roma ou em Bruxelas, que têm uma embaixada em Paris, não são pessoas sérias, não têm poder sobre os grupos armados que operam no país, são parasitas que têm sua estadia em hotéis de luxo paga por nós", diz Quirico.

Domenico Quirico, de 62 anos, chegou à Síria com o belga Pierre Piccinin em 6 de abril, com o apoio do Exército Sírio Livre (ESL). Os dois homens foram sequestrados nos arredores de Qoussair, uma cidade perto da fronteira libanesa.

"Chegou o momento dos jihadistas que se preparam, após a eliminação de Assad, para a conquista de países vizinhos, depois o Magrebe", acredita Quirico.

Eles são apoiados por "aliados, no momento bandidos, chacais, hienas, grupos como o de Al-Farouq que nos sequestrou e que por trás de um véu de islamismo e ideais revolucionários, escondem o tráfico, a ganância, sequestram, roubam as casas, as coisas, as vidas", diz o jornalista.

Domenico Quirico contou ter sido maltratado na prisão, incluindo duas simulações de execução. Ele suspeita que o Exército Sírio Livre, com quem tinha entrado no país, o traiu e permitiu a sua remoção.