Topo

Saint Laurent: ar de rock e rebeldia encerra Semana de Moda masculina

30/06/2013 19h41

PARIS, 30 Jun 2013 (AFP) - Um ar de rock, modernidade e rebeldia soprou no último dia da Semana de Moda masculina em Paris, com o desfile, neste domingo, do estilista Hedi Slimane para a maison Saint Laurent, passando o bastão para as passarelas de alta-costura, que começam nesta segunda-feira.

Esta foi a segunda coleção masculina para a marca Saint Laurent criada por Slimane, figura mítica da moda por ter revolucionado o vestuário masculino quando trabalhava para a Dior Homem (2000-2007), com jaquetas curtas sobre calças cigarrete e silhuetas andróginas.

Os looks apareceram em preto e muito ajustados, e jaquetas curtas na altura da cintura, no desfile da famosa marca francesa para a primavera-verão 2014, apresentado em uma sala do museu Grand Palais, onde soaram o rock e a música eletrônica.

Muitas das jaquetas eram em tecidos metálicos, prateados e dourados, algumas com muitos brilhos típicos de estrelas do rock.

Slimane propôs camisetas de listras sobre calças pretas ajustadas na cintura acompanhadas de jaquetas ajustadas, apresentadas por modelos muito jovens e magros, alguns quase anoréxicos.

Um dos modelos usava um batom vermelho-carmim, como alguns dos convidados do desfile.

"Foi fantástico", disse a atriz mexicana Selma Hayek no final do desfile, ao qual assistiu da primeira fila, acompanhada do marido, François Henri Pinault, presidente do grupo de luxo PPR, conglomerado dono das marcas Saint Laurent, Gucci, Balenciaga e Bottega Veneta.

Pierre Bergé, cofundador da célebre maison, também assistiu ao desfile, acompanhado de Betty Catroux, musa de Saint Laurent, morto em 2008.

Esta segunda coleção masculina criada por Slimane para a Saint Laurent é menos polêmica do que a anterior, classificada como "grunge" e que recebeu muitos comentários negativos.

"Gostei muito", disse em entrevista à AFP o estilista Azzedine Alaia no final do desfile. "Cada silhueta tem um estilo particular", acrescentou.

Perguntado se reconhecia a assinatura de Saint Laurent nesta coleção ultramoderna de Slimane, o famoso estilista comentou que sim. "São os códigos de Hedi", disse Alaia, recordando que Slimane começou sua trajetória na moda exatamente com Yves Saint Laurent.

Este desfile, o último no calendário da moda masculina, foi seguido no domingo à noite pela passarela da marca italiana Versace, que passou o bastão para as passarelas de alta-costura, que começam oficialmente nesta segunda-feira.

Donatella Versace propôs seus famosos decotes profundos, saias muito curtas e vestidos sinuosos e brilhantes, despindo a mulher que anda sobre sapados de saltos altíssimos difíceis de usar até para as modelos, especialistas em caminhar na passarela.

Os desfiles do exclusivo clube da alta-costura, juridicamente protegida na França, que têm que seguir regras como peças únicas e feitas sob medida, começam de manhã, com a coleção do estilista francês Christian Lacroix para a marca italiana Schiaparelli.

Na segunda-feira, desfila também a histórica maison Dior, nas mãos de seu jovem diretor artístico, o belga Raf Simons, além da marca Alexandre Mabille.

Outras grandes marcas francesas apresentarão suas coleções de alta-costura entre segunda e quinta-feira: Chanel, Jean Paul Gaultier e Givenchy.

Também desfilarão marcas francesas menores, como Christophe Josse, Stéphane Rolland e Franck Sorbier, juntamente com as italianas Valentino, Giambattista Valli e Armani.

O brasileiro Gustavo Lins, único latino-americano na seleta "família" da alta-costura, vai apresentar sua coleção na terça-feira, na embaixada do Brasil na França.

Os desfiles parisenses, que atraem estrelas do cinema, editoras de moda e ricas compradoras, terminam na quinta-feira, quando a alta joalheria vai expôr em Paris alguns de seus tesouros.