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James Gandolfini passou por 40 minutos de tentativas de ressuscitação

20/06/2013 10h37

ROMA, 20 Jun 2013 (AFP) - O protagonista da séria "A Família Soprano", James Gandolfini, que faleceu na quarta-feira vítima de um infarto, foi submetido a 40 minutos de tentativas de ressuscitação mesmo depois de chegar já morto ao hospital, informaram nesta quinta-feira fontes médicas.

O corpo do ator de 51 anos, que encarnou nas telinhas um chefe mafioso vítima de depressão, vai passar por uma necropsia, como é comum quando a pessoa já chega falecida ao hospital, explicou nesta quinta-feira Claudio Modini, do setor de emergência do Hospital Umberto I, em Roma.

Segundo os serviços de saúde italianos, a ambulância chegou oito minutos depois de receber uma chamada do Hotel Exedra, no centro de Roma, para socorrer o ator.

A equipe de paramédicos tentou procedimentos de ressuscitação e ventilação, mas Gandolfini não resistiu ao infarto. Uma vez levado para o hospital, as tentativas de ressuscitação prosseguiram por 40 minutos e a morte foi declarada às 22H40 (17H40 de Brasília).

O corpo do ator se encontra no necrotério do hospital à espera da realização da necropsia prevista dentro das 24 horas de ocorrência do falecimento.

O ator devia participar no sábado no festival de cinema TaorminaFilmFest para receber o Prêmio Ville de Taormina (Sicília) e dar uma palestra consagrada a grandes atores do cinema e da televisão.

"Estamos profundamente tristes, falamos com James Gandolfini ao telefone algumas horas antes. Ele estava muito feliz por receber o prêmio e por sua viagem à Itália", comentaram o organizador e diretora do festival, respectivamente Mario Sesti e Tiziana Rocca em um comunicado.

A organização do festival vai preparar uma homenagem à carreira e ao talento de Galdofini, que "sabia melhor do que ninguém interpretar a sociedade ítalo-americano com uma personalidade rica em contradições, dores e humores".

"Foi um dos representantes da idade de ouro da televisão e do cinema como atuações memoráveis", acrescentaram.

A embaixada americana em Roma divulgou um comunicado no qual exprime "sua profunda emoção pelo desaparecimento prematuro de James Gandolfini, um ítalo-americano que representou um excelente exemplo da profunda contribuição cultural dos italianos à sociedade americana".

Após a divulgação da morte do querido ator, as homenagens começaram a se espalhar pelas redes sociais, como a da atriz Susan Sarandon, que postou no Twitter: "muito triste perder James Gandolfini. Um dos atores mais doces, engraçados e generosos, com os quais eu já trabalhei. Envio minhas orações para sua família".

"Estou de coração realmente partido de saber que James Gandolfini faleceu. Ele é um dos meus atores favoritos de todos os tempos, trágica perda", escreveu Jonah Hill também no Twitter, enquanto o ator Steve Carrell qualificou a notícia de "inacreditavelmente triste".

Gandolfini teve uma longa carreira cinematográfica antes de se tornar mundialmente conhecida por seu papel de Tony Soprano na série que durou de 1999 a 2007.

Também teve grandes participações em filmes como "Amor à queima-roupa" (1993), "Loucos de amor" (1997), "8 milímetros" (1999) e "A mexicana" (2001).

Como produtor, James Gandolfini atuou em séries de TV como "Hemingway & Gellhorn", realizada para a HBO, com a participação de Clive Owen e Nicole Kidman.

Nascido em Nova Jersey, Gandolfini começou a atuar no teatro de Nova York, fazendo sua estreia na Broadway em 1992, com o revival de "Um bonde chamado desejo", ao lado de Jessica Lange e Alec Baldwin.

Ele fez o diretor da CIA Leon Panetta no filme "A hora mais escura" e foi visto este ano na comédia "The Incredible Burt Wonderstone", seu último papel no cinema.

Trompetista e saxofonista amador, Gandolfini se inspirou na carreira de Robert de Niro para se tornar ator.

Ele deixa a mulher, Deborah Lin, com quem se casou em 2008. Também deixa um filho, Michael, que teve com a primeira mulher, Marcy Wudarski.