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Assad diz não saber nada sobre jornalistas estrangeiros desaparecidos

19/05/2013 09h01

DAMASCO, 19 Mai 2013 (AFP) - O presidente sírio, Bashar al-Assad, afirmou em uma entrevista à imprensa argentina não ter nenhuma informação sobre o paradeiro dos jornalistas estrangeiros desaparecidos na Síria, o americano James Foley e o italiano Domenico Quirico.

"Até o momento não temos nenhuma informação sobre os dois jornalistas que você menciona", disse Assad na entrevista à agência oficial argentina Telam e ao jornal Clarín, segundo trechos divulgados neste domingo pelo jornal argentino e pela agência oficial síria SANA.

Ele foi questionado pelo Clarín sobre o paradeiro dos jornalistas James Foley, um americano desaparecido há seis meses, e do italiano italiano Domenico Quirico, do jornal La Stampa, desaparecido há um mês, segundo o jornal argentino.

A agência SANA não mencionou os nomes dos jornalistas na versão árabe da entrevista.

"Há jornalistas que entraram na Síria de forma ilegal em zonas onde os terroristas estão ativos. Tivemos casos nos quais as tropas militares conseguiram libertar jornalistas que estavam sequestrados", declarou Assad, segundo o jornal argentino.

O regime utiliza o termo "terrorista" em referência aos rebeldes, que travam uma batalha violenta contra as tropas de Damasco.

"Em todo caso, quando temos informação sobre qualquer jornalista que entrou ilegalmente, nós a transmitimos ao país em questão", disse Assad.

A família do jornalista americano James Foley afirmou no início de maio que o repórter estaria detido pelo serviço secreto em uma unidade perto de Damasco.

O jornalista independente de 39 anos, que faz reportagens para o GlobalPost, a Agência France Presse e outros meios internacionais, foi sequestrado no noroeste da Síria em 22 de novembro de 2012.

Quirico, de 62 anos, entrou na Síria procedente do Líbano em 6 de abril, segundo o jornal La Stampa. Depois algumas ligações e curtas mensagens, a última delas de 9 de abril, a direção perdeu contato com o enviado especial.

O regime entrega vistos a conta-gotas e muitos jornalistas optam por entrar no país de forma clandestina, em particular através da fronteira com a Turquia, junto com os insurgentes.