Cineasta português Manoel de Oliveira comemora 70 anos do primeiro longa
O diretor português Manoel de Oliveira, de 104 anos, assistiu na noite de quarta-feira (6) à comemoração dos 70 anos de seu primeiro longa-metragem, "Aniki Bóbó", durante o 33º Fantasporto, festival internacional de cinema fantástico do Porto, cidade natal do cineasta.
"Aniki Bóbó", obra emblemática do veterano cineasta, conta a história de um grupo de crianças do Porto, cidade do norte de Portugal, em uma fita que foi considerada precursora do neorrealismo.
"Quando o filme foi apresentado pela primeira vez, em Lisboa e no Porto, a tiraram rapidamente de cartaz por falta de espectadores", afirmou Manoel de Oliveira, que assistiu ao ato, acompanhado da esposa, Maria Isabel. "E agora, 70 anos depois, recebe uma acolhida excepcional, que me emociona e agradeço", acrescentou.
"É um filme que marcou o cinema mundial, o primeiro filme do neorrealismo", afirmou o diretor do "Fantasporto", Mario Dorminsky.
Manoel de Oliveira, internado durante breves períodos em dezembro e janeiro, sofre uma doença cardíaca crônica que não lhe permite grandes atividades. No ano passado, ele concluiu o roteiro de seu próximo filme, "A igreja do Diabo", inspirado na obra do escritor brasileiro Machado de Assis, e trabalhou no roteiro de um novo curta-metragem.
Seu filme mais recente, "O Gebo e a sombra", estreou no verão passado na Mostra de Veneza. Antes, tinha rodado um curta sobre Guimarães, cidade do norte de Portugal designada capital europeia da cultura em 2012.
Ao longo de sua carreira, iniciada ainda na época do cinema mudo, Manoel de Oliveira dirigiu cinquenta obras de ficção e documentários.
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