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Afrescos coloridos são descobertos na restauração do Coliseu

Imagem do Coliseu, em Roma - EFE/EPA/ALESSANDRO DI MEO Colosseo
Imagem do Coliseu, em Roma Imagem: EFE/EPA/ALESSANDRO DI MEO Colosseo

Roma

10/01/2013 18h43

O Coliseu de Roma, um dos monumentos mais visitados do mundo, surpreendeu arqueólogos e historiadores ao revelar inesperados afrescos coloridos durante os trabalhos de restauração, informou esta quinta (10) Rossella Rea, diretora do célebre anfiteatro construído no século I. "Encontramos fragmentos de ornamentações com cores, entre elas azul, vermelho e verde", explicou Rea à AFP. 

A descoberta impressionante foi feita em uma das galerias do segundo e do terceiro nível do Coliseu. "Pensamos que vão ser encontrados outros afrescos decorativos, mas tudo dependerá dos recursos para os trabalhos", advertiu. "Era o triunfo da cor", admitiu a especialista.

A descoberta permite antever um enorme monumento, com capacidade para 75 mil espectadores, que foi usado durante quase 500 anos e onde eram celebradas brigas de gladiadores, espetáculos, caça de animais, execuções, recriações de famosas batalhas e obras de teatro baseadas na mitologia clássica. Tinha galerias decoradas com pinturas e também pintadas, as quais, assim como Pompeia, servem para reconstruir a vida dos romanos ao longo de vários séculos.  

Segundo Rea, as decorações pictóricas elogiavam as proezas dos gladiadores, com palmas, flechas, coroas de louro, mas também há pinturas dos espectadores, de viajantes e inclusive desenhos do sexo masculino. Assim cai por terra a ideia comum de que o Coliseu, que fica a céu descoberto em pleno coração histórico de Roma, estava coberto de mármore branco. 

A descoberta histórica "de alguns metros" está em uma galeria de 60 metros de comprimento, que será aberta ao público em seis meses. "Descobrimos também inscrições do século XVII e pinturas de viajantes", contou Alessandro Danesi, membro da equipe de restauradores que participa nos trabalhos, em declarações ao jornal 'Il Corriere della Sera'. 

As autoridades da capital, assim como o ministério da Cultura, consideram prioritária a restauração do Coliseu, um exemplo da imponente arquitetura realizada durante o Império Romano. O anfiteatro romano recebe entre 5 e 6 milhões de visitantes ao ano ao invés do milhão de dez anos atrás, destacaram as autoridades, que se queixam da falta de pessoal e de recursos financeiros para mantê-lo.

No ano passado, o empresário italiano do ramo dos calçados de luxo Tod's, Diego della Valle, anunciou que financiará com 25 milhões de euros uma obra para recuperar o Coliseu, mas o início das obras foi adiado várias vezes devido a problemas legais. Durante as obras, o monumento ficará aberto aos visitantes.