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China bloqueia site de revista liberal após pedido de reformas

04/01/2013 10h57

PEQUIM, 04 Jan 2013 (AFP) - O site de uma revista liberal chinesa foi bloqueado nesta sexta-feira, no último e mais proeminente exemplo da repressão realizada pelas autoridades chinesas contra a liberdade de expressão on-line.

O site da revista baseada em Pequim "Anais do Imperador Amarelo" foi fechado dias depois de ter publicado um artigo no qual apelava para que os líderes garantissem os direitos constitucionais, incluindo a liberdade de expressão e reunião.

A publicação, que tem ligações com oficiais comunistas aposentados, argumentou no artigo que a Constituição da China estabelece um roteiro para a reforma política.

O fechamento do site da revista é mais um exemplo da censura realizada pelas autoridades, depois que vários jornalistas influentes chineses tiveram suas contas em redes sociais excluídas nas últimas semanas.

A repressão ocorre apesar das promessas de mudança feitas pela nova liderança da China comunista, encabeçada pelo presidente eleito Xi Jinping, que prometeu um estilo de governança mais aberto do governo desde o Congresso do partido, em novembro.

As tentativas de acessar o site da revista nesta sexta-feira levavam a uma página com um policial segurando um distintivo e com uma mensagem que anuncia que o site foi fechado.

"Por volta das 09h00 de hoje, o site foi fechado", afirmou um post do perfil oficial da revista no Sina Weibo, uma rede social parecida com o Twitter, informação confirmada posteriormente pelos editores da revista à AFP.

O editor-chefe da publicação, Wu Si, disse que recebeu uma mensagem do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação, o regulador da internet na China, no mês passado, afirmando que o site havia sido "cancelado".

"Eu quero entender por que o site foi fechado... estamos telefonando para os ministérios competentes durante toda a manhã e não obtivemos nenhuma resposta", disse o editor, acrescentando que as cópias impressas da revista parecem não ter sido apreendidas.

A publicação, que conta com ex-funcionários dos setores de propaganda entre os seus patrões, representa a opinião da facção mais liberal do Partido Comunista, e muitos de seus leitores fazem parte da hierarquia do partido.