Juíza determina que manuscritos de Kafka sejam levados da Palestina para Israel
Um tribunal israelense ordenou que os arquivos do escritor Max Brod, que contêm textos de Franz Kafka, sejam transferidos à Biblioteca Nacional de Israel, encerrando assim uma disputa de quatro décadas.
Em um veredicto divulgado neste domingo (14) em Tel Aviv, a juíza da vara de família Talia Kopelman Pardo afirma que a coleção de Brod dever ser legada à Biblioteca Nacional de Jerusalém, cumprindo assim com sua vontade.
Franz Kafka havia pedido ao amigo Max Brod que queimasse todos os escritos após sua morte, o que aconteceu em 1924, quando o escritor judeu nascido em Praga tinha apenas 40 anos, um pedido que não foi respeitado.
Após a invasão da Tchecoslováquia pela Alemanha em 1939, Max Brod emigrou para a Palestina, levando os manuscritos de Kafka, um verdadeiro tesouro que ele deixou para sua fiel secretária, Esther Hoffe, após sua morte em 1968.
No testamento, Brod pediu a Hoffe que doasse os arquivos, avaliados em milhões de dólares, para a Universidade Hebraica de Jerusalém, a Biblioteca Municipal de Tel Aviv ou outra instituição em Israel ou no exterior.
Mas a ex-secretária de Brod, que morreu em 2007, dividiu a decisão entre as duas filhas, o que criou uma disputa entre centros universitários, arquivos nacionais alemães e israelenses, assim como as herdeiras de Hoffe.
Finalmente, o tribunal decidiu que "os escritos de Kafka, assim como toda a coleção de Brod, não podem ser considerados um presente de Hoffe a suas filhas".
O diretor da Biblioteca Nacional, Oren Weinberg, recebeu com satisfação o veredicto, que segundo ele "cumprirá com o desejo de Max Brod de divulgar a obra de Kafka entre os amantes da literatura em Israel e no mundo".
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