Salafistas tunisianos retomam ataques contra eventos culturais
Salafistas retomaram os ataques contra eventos culturais na Tunísia e impediram a realização de espetáculos considerados contrários ao Islã, o que levou os artistas a denunciarem a "cumplicidade do governo dominado por islamitas".
Na noite de quinta-feira (16), cerca de 200 pessoas com pedaços de paus e facões invadiram um encontro organizado em Bizerta (norte) por ocasião do "Dia de al Aqsa" (Al Aqsa é Jerusalém em árabe), uma comemoração antijudia.
No confronto, cinco pessoas ficaram feridas. Segundo o ministério do Interior, a polícia interveio e prendeu quatro salafistas.
Trata-se do terceiro espetáculo em três dias interrompido por islamitas radicais, uma nova onda de violência depois do ataque a uma exposição de arte perto de Túnis, em junho passado.
Na noite de terça-feira (14), em Menzel Burguiba (norte), islamitas radicais bloquearam o palco em que o famoso cômico local Lofti Abdeli, acusado de ofender o Islã, ia se apresentar.
No dia seguinte, desta vez em Kairuan (sul), o grupo iraniano Mehrab não pôde se apresentar no Festival Internacional de Música Sacra e Sufi pelo simples fato de ser xiita, o que, para os fundamentalistas sunitas, representa uma ofensa religiosa.
Nenhum movimento radical reivindicou os atos e o principal grupo, Ansar al Sharia (Os Partidários da Sharia), negam qualquer contato com os fatos.
As forças de segurança, que dispersaram os movimentos, se mostram discretas a respeito dos incidentes. Por isso, como o governo, são consideradas suspeitas de cumplicidade com os islamitas.
O ministério do Interior, contactado pela AFP, não quis comentar estas acusações.
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