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Moda pet ganha destaque em um mercado que gera milhões de dólares no Brasil

11/06/2012 13h55

SÃO PAULO, 11 Jun 2012 (AFP) -Os cães também tiveram este fim de semana em São Paulo seu momento de estrelas da passarela e, sob os flashes, desfilaram a nova tendência da moda pet de inverno, outra excentricidade a exemplo dos sorvetes e pratos gourmet com que os brasileiros mimam seus bichinhos de estimação e alimentam um mercado que fatura milhões de dólares.

Às vésperas da Semana da Moda de São Paulo, a "São Paulo Fashion Pet" mobilizou inúmeros estilistas, tosadores e fotógrafos, empenhados na realização deste desfile organizado há cinco anos pela cadeia de lojas Pet Center para promover a moda pet de inverno e verão.

"Vamos lá, Tiffany!", anuncia o apresentador na entrada de uma elegante cachorrinha Lhasa apso de longo pêlo sedoso, enfeitado com pompons, uma das muitas estrelas do show.

"Trago a Rebeca todas as semanas para tomar banho e ser tosada. Ela se saiu muito bem no desfile, apesar de ser um pouco tímida", comenta a orgulhosa dona, Elza Cruz, enquanto faz carinho em sua pequena Yorkshire vestida com um modelito vermelho com raiados brancos.

A Pet Center, com seus 14 megapet shops espalhados em São Paulo, é um bom exemplo de um mercado que, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Pet (Abipet), faturou em 2011 mais de 12 bilhões de reais (6 bilhões de dólares) com os cerca de cem milhões de bichinhos de estimação - cães, gatos, aves, peixes, entre outros - existentes no país.

Como exemplo dos mimos com que os proprietários tratam seus mascotes, a empresa Ice Pet elabora sorvetes para cachorros e gatos "com ingredientes naturais e exclusivos", conforme afirmam em seu site.

A veterinária Juliana Bechara Belo criou junto com sua irmã, que é chef de cozinha, a empresa La Pet Cuisine, que vende pratos para cães com um menu digno de uma delicatessen: cordeiro com hortelã, risoto vegetariano e frango com arroz e vegetais. Os preços variam entre 12 e 14 dólares os 750 gramas.

"Nosso cliente é de classe alta porque os produtos são caros. Esse era o mercado que queríamos atingir, as pessoas que veem seus cães como uma pessoa da família", explica Juliana Bechara à AFP.

"O comportamento do brasileiro está mudando; eles veem os cachorros não apenas como mascotes, mas também como um companheiro, filho ou amigo", concorda Rafael Ernandi, assessor de imprensa do Pet Center, onde os donos da cachorrinha Tiffany gastam cerca de 250 dólares todo mês para manter sua pelagem bem cuidada.

Segundo estimativas da Fenapet, a Feira Nacional de Produtos e Serviços para a Linha Pet e Veterinária, o Brasil tem mais de 100.000 pontos de venda de produtos para animais de estimação e ocupa o quarto lugar mundial em termos de população de bichinhos domésticos.

"Os brasileiros já estão em segundo lugar no ranking de consumo de produtos para mascotes, apenas atrás dos americanos", afirma a Fenapet em um relatório sobre o mercado brasileiro.

Pelas ruas brasileiras, existem inúmeros pet shops com serviço de veterinária, estética ou alimentação e uma vasta linha de xampus, tratamentos de hidratação, proteção solar, tosas estéticas, roupinhas, sapatinhos, cobertores, caminhas e brinquedos, tudo para satisfazer os caprichos dos mimados animais, ou de seus próprios donos.

"Os brasileiros gostam de seus cachorros bem 'produzidos'", explica William Galharde, o estilista responsável pelo pêlo cheio de glamour da "pet-model" Tiffany.