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Roteirista quer que Lanterna Verde seja uma inspiração: "ele não se esconde nas sombras"

Trecho da HQ "Earth 2", em que o personagem Lanterna Verde beija um amigo - Reprodução
Trecho da HQ "Earth 2", em que o personagem Lanterna Verde beija um amigo Imagem: Reprodução

01/06/2012 14h26

Lanterna Verde, um dos personagens de história em quadrinhos mais longevos dos Estados Unidos, é o último super-herói a declarar sua homossexualidade, anunciou a DC Comics, nesta sexta-feira (1). O roteirista da série, James Robinson espera que o "novo Lanterna Verde", seja uma inspiração. "Ele não se esconde nas sombras. Espero que seja uma figura positiva", manifestou.

A partir da próxima semana, Alan Scott, alter ego do clássico 'Green Lantern', que estreou nas tirinhas em 1940, ressurgirá como Lanterna Verde, "um líder com fome de justiça" que "também é homossexual", destacou o comunicado.

Scott vai assumir seu romance beijando o namorado na revista "Earth 2". Uma antecipação da história no site da DC Comics mostra Alan como um louro forte que chega a Hong Kong, onde um belo amigo de cabelos escuros, chamado Sam, o leva a um hotel de luxo.

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A DC Comics, uma das principais empresas de quadrinhos dos Estados Unidos, junto com a Marvel Comics, informou que o super-herói nascido na década de 1940, na era de ouro dos quadrinhos, "foi modernizado para refletir o mundo em que vivemos". Esta nova versão começou através da iniciativa da "New 52", que busca rejuvenescer e atualizar os principais personagens da editora.

Robinson, explicou: Apesar das mudanças, "os leitores dos velhos tempos terão uma grata surpresa ao verem como tento, de alguma forma, mostrar também o 'clássico' Alan Scott como o mesmo homem dinâmico e heroico que era".

Robinson, um autor britânico que reside em San Francisco com sua esposa, não é indiferente aos super-heróis homossexuais. Isso porque, ele também foi o criador de "Starman" na década de 1990, um título que se tornou fundamental por causa de seu protagonista gay. Seu objetivo, segundo sustenta, é retratar a realidade do mundo em sua obra.

"O único mau que teria transformar esse personagem em jovem é que perderíamos seu filho Obsidian, que é gay. Desta forma, eu pensei: por que não tornar Alan Scott um gay? Essa foi a semente que começou tudo", explicou o escritor, que ressaltou que os diretores da DC não puseram nenhum impedimento nesta decisão e aceitaram "sem nenhuma dúvida".

"O Lanterna Verde continuará sendo o personagem que conhecemos, fazendo parte da Liga da Justiça, mas como gay", disse o escritor da HQ, James Robinson."É uma descrição realista da sociedade. É preciso se ajustar aos novos tempos", assegurou. 

"Tenho certeza de que haverá alguma polêmica, mas nada como teria sido há 20 anos", disse Gerry Gladston, sócio da Midtown Comics, em Nova York. "Os quadrinhos, afinal, estão entre as maiores formas de arte norte-americanas, e a grande arte reflete a vida, né?"

Na iniciativa "New 52", Alan Scott e Lanterna Verde operam em um universo alternativo ao da Liga da Justiça, um grupo que reúne outros super-heróis como Mulher Maravilha, Batman, Superman, Flash e o Aquaman.

O mundo imaginário dos quadrinhos tem se esforçado recentemente para introduzir diversidade étnica e sexual em suas tiras. A DC Comics tem uma Batgirl lésbica, enquanto a HQ da Marvel, "Astonishing X-Men", contará em breve com um casamento de heróis gays. 

Alan Scott também era o nome do Lanterna Verde original, criado em 1940, e o personagem só passaria a se chamar Hal Jordan num relançamento feito em 1959. "Lanterna Verde" ganhou versão cinematográfica recentemente com o ator canadense Ryan Reynolds no papel principal. 

*com informações da EFE.