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Ministro da Cultura britânico nega contatos indevidos com grupo Murdoch

31/05/2012 10h57

LONDRES, 31 Mai 2012 (AFP) -O ministro da Cultura britânico, Jeremy Hunt, negou ter mantido contatos indevidos com o império midiático de Rupert Murdoch, em seu testemunho desta quinta-feira perante a comissão que investiga práticas midiáticas após o escândalo das escutas do News of the World.

Em seu depoimento na chamada Investigação Leveson, Hunt defendeu sua posição e admitiu que era "favorável" à tentativa frustrada da News Corp. de tomar o controle da plataforma televisiva BSkyB.

Apesar das comunicações por telefone e SMS que manteve com James Murdoch, o filho do magnata, e com outros diretores da News Corp. - reveladas pela investigação -, Hunt disse que não foi parcial quando o primeiro-ministro David Cameron o designou para decidir se a questionada operação podia ser levada adiante.

"Era amplamente sabido que eu era, em linhas gerais, favorável à oferta", disse Hunt, cuja pasta completa inclui, além de Cultura, os Jogos Olímpicos, os Meios de Comunicação e o Esporte.

"Tinha a opinião de que a BSkyB já era controlada pelos Murdoch, razão pela qual não acreditava que houvesse uma mudança na pluralidade, mas que era preciso respeitar o devido processo", declarou à comissão em Londres.

Mas a comissão também ouviu que antes que fosse designado para se pronunciar sobre esta operação de 7,8 bilhões de libras (12,2 bilhões de dólares, 9,7 bilhões de euros) Hunt enviou um SMS a James Murdoch para felicitá-lo pela aprovação das autoridades europeias.

A News Corp. teve que renunciar à oferta em julho de 2011 após o agravamento do escândalo que resultou no fechamento do jornal News of the World, propriedade de uma de suas subsidiárias.