Topo

Escritores israelenses denunciam declarações de Günter Grass

O poeta Günter Grass em sua casa na Alemanha (5/4/12) - EFE
O poeta Günter Grass em sua casa na Alemanha (5/4/12) Imagem: EFE

10/04/2012 09h15

O presidente da Associação Israelense de Escritores em idioma hebreu pediu nesta terça-feira que seus colegas em todo o mundo denunciem as posições do Prêmio Nobel de Literatura alemão Günter Grass, que criticou a política de Israel em relação ao Irã.

"Estamos contrariados com as posições vergonhosas e imorais adotadas por Günter Grass, que visam a despojar de legitimidade Israel e o povo judeu, e pedimos aos escritores através do mundo que o denunciem", afirmou à AFP Herzl Hakak.

"Nós nos dirigiremos ao Pen Club e ao Comitê Nobel. Eles devem se manifestar: não se trata de política e sim de moral, pois Grass é cúmplice de uma operação de lavagem das declarações genocidas dos dirigentes iranianos", acrescentou.

Os dirigentes iranianos pedem regularmente que se "apague do mapa" o Estado de Israel, que classificam de "tumor cancerígena" no Oriente Médio.

No domingo, Israel anunciou a proibição para Günter Grass entrar em seu território.

"O ministro do Interior, Elie Yishai, declarou Günter Grass 'persona non grata' em Israel", anunciou um comunicado do gabinete do ministro.

"O poema de Günter é uma tentativa de atiçar as chamas do ódio contra o Estado de Israel e contra o povo israelense", afirmou o ministro neste comunicado, três dias depois de o governo israelense qualificar o poema de "vergonhoso" e "lamentável".

"Se Günter quiser continuar disseminando suas obras deformadas e enganosas, o aconselho que o faça do Irã, onde encontrará um público que o apóia", acrescentou Yishai.

O poema, intitulado "O que deve ser dito", escrito em prosa e publicado no jornal alemão Süddeutsche Zeitung denunciou eventuais ataques israelenses contra instalações nucleares iranianas como um projeto que poderia levar "à erradicação do povo iraniano porque se suspeita que seus dirigentes constroem uma bomba atômica".

Em 2006, o Nobel de Literatura de 1999, conhecido por sua posição esquerdista, admitiu ter feito parte, durante a juventude, das Waffen SS, unidade de elite do regime de Adolf Hitler, apesar das críticas que fez à Alemanha por seu passado nazista.