César consagra diretor e protagonistas de 'Amor'
PARIS, 23 Fev 2013 (AFP) - Os octogenários atores franceses Emmanuelle Riva e Jean Louis Trintignant conquistaram o César esta sexta-feira pela interpretação no comovente filme indicado ao Oscar "Amor", do diretor austríaco Michael Haneke, premiado com a estatueta de melhor diretor pela Academia do Cinema francês.
O filme, a sensível, íntima, porém sóbria história de um casal parisiense, ambos ex-professores de piano, cujo mundo desmorona, de um dia para o outro, com a doença dela, foi premiada também com o César de melhor roteiro original.
A protagonista, interpretada por Emmanuelle Riva, poderá comemorar no domingo seus 86 anos com o Oscar de melhor atriz em Hollywood pelo mesmo filme, que começou a colecionar prêmios e aplausos no último Festival de Cannes, onde ganhou a Palma de Ouro.
Todo o teatro de Châtelet ficou de pé quando foi anunciado que o César de melhor atriz iria para ela, uma atriz muída, bela e discreta, que ficou conhecida em 1959 com "Hiroshima mon amour", de Alain Resnais, baseada na obra de Marguerite Duras.
"Trabalhei neste filme com muita paixão. Tenho muita sorte neste momento da minha vida por ter encontrado tal maravilha: Michael Haneke e um tema que diz respeito a todos", disse a atriz na cerimônia do César.
"É mais pesado que eu", brincou a atriz, ao mostrar dificuldades em erguer o prêmio.
Riva lamentou não ter ao seu lado Trintignant e Haneke. O diretor não pôde comparecer à festa do cinema francês porque está em Los Angeles, onde "Amor" é indicado a cinco Oscars.
O filme, grande vencedor da noite, retrata a deterioração provocada pelo envelhecimento e lança um olhar cheio de compaixão à dor de assistir um ser amado cair doente e observar seu lento, mas inevitável caminhar para morte.
Haneke, um cineasta de estilo elegante e austero, não usa a crueldade para filmar a deterioração do corpo e da mente da velhice, o que faz com uma sensibilidade emocionante, grande humanismo e emoção contida.
"Quando se chega a certa idade, o sofrimento inevitável te comove. É tudo o que queria mostrar, nada mais", disse em Cannes Haneke, nascido em 23 de março de 1942 em Munique, Alemanha, e criado na Áustria.
Outro filme premiado com vários César esta noite foi "De rouille et d'os", de Jacques Audiard. Ganhou os prêmios de melhor edição e o belga Matthias Schoenarts foi recompensado com o César de melhor ator coadjuvante.
O francês Alexandre Desplat foi agraciado como o autor da música deste filme, interpretada pela francesa Marion Cotillard.
O César de melhor atriz coadjuvante ficou com Valérie Benguigui, por "O nome do Bebê", e o americano Kevin Costner ganhou um César honorário.
A seguir, a lista de ganhadores da 38ª edição do prêmio César do cinema francês:
- Melhor filme: "Amor", de Michael Haneke
- Melhor diretor: Michael Haneke, por "Amor"
- Melhor atriz: Emmanuelle Riva, por "Amor"
- Melhor ator: Jean-Louis Trintignant, por "Amor"
- Melhor atriz coadjuvante: Valérie Benguigui, por "O nome do Bebê"
- Melhor ator coadjuvante: Guillaume de Tonquédec, por "O nome do Bebê"
- Melhor atriz revelação: Izia Higelin, por "Mauvaise Fille"
- Melhor ator revelação: Matthias Schoenaerts, por "De rouille et d'os"
- Melhor filme estrangeiro: "Argo", de Ben Affleck
- Melhor primeiro filme: "Louise Wimmer", de Cyril Mennegun
- Melhor documentário: "Les invisibles", de Sébastien Lifshitz e Bruno Nahon
- Melhor filme de animação: "Ernest et Célestine", de Benjamin Renner, Vincent Patar e Stéphane Aubier
- Melhor música original: Alexandre Desplat, por "De rouille et d'os"
- Melhor curta-metragem: "Le cri du homard", de Nicolas Guiot e Fabrice Préel-Cléach
- Melhor direção de arte: Katia Wyszkop por "Adeus, minha rainha"
- Melhor figurino: Christian Gasc, por "Adeus, minha rainha"
- Melhor roteiro original: Michael Haneke, por "Amor"
- Melhor fotografia: Romain Winding, por "Adeus, minha rainha"
- Melhor adaptação: Jacques Audiard e Thomas Bidegain, por "De rouille et d'os"
- Melhor edição: Juliette Welfling, por "De rouille et d'os"
- Melhor edição de som: Antoine Deflandre, Germain Boulay e Eric Tisserand, por "Cloclo".
O filme, a sensível, íntima, porém sóbria história de um casal parisiense, ambos ex-professores de piano, cujo mundo desmorona, de um dia para o outro, com a doença dela, foi premiada também com o César de melhor roteiro original.
A protagonista, interpretada por Emmanuelle Riva, poderá comemorar no domingo seus 86 anos com o Oscar de melhor atriz em Hollywood pelo mesmo filme, que começou a colecionar prêmios e aplausos no último Festival de Cannes, onde ganhou a Palma de Ouro.
Todo o teatro de Châtelet ficou de pé quando foi anunciado que o César de melhor atriz iria para ela, uma atriz muída, bela e discreta, que ficou conhecida em 1959 com "Hiroshima mon amour", de Alain Resnais, baseada na obra de Marguerite Duras.
"Trabalhei neste filme com muita paixão. Tenho muita sorte neste momento da minha vida por ter encontrado tal maravilha: Michael Haneke e um tema que diz respeito a todos", disse a atriz na cerimônia do César.
"É mais pesado que eu", brincou a atriz, ao mostrar dificuldades em erguer o prêmio.
Riva lamentou não ter ao seu lado Trintignant e Haneke. O diretor não pôde comparecer à festa do cinema francês porque está em Los Angeles, onde "Amor" é indicado a cinco Oscars.
O filme, grande vencedor da noite, retrata a deterioração provocada pelo envelhecimento e lança um olhar cheio de compaixão à dor de assistir um ser amado cair doente e observar seu lento, mas inevitável caminhar para morte.
Haneke, um cineasta de estilo elegante e austero, não usa a crueldade para filmar a deterioração do corpo e da mente da velhice, o que faz com uma sensibilidade emocionante, grande humanismo e emoção contida.
"Quando se chega a certa idade, o sofrimento inevitável te comove. É tudo o que queria mostrar, nada mais", disse em Cannes Haneke, nascido em 23 de março de 1942 em Munique, Alemanha, e criado na Áustria.
Outro filme premiado com vários César esta noite foi "De rouille et d'os", de Jacques Audiard. Ganhou os prêmios de melhor edição e o belga Matthias Schoenarts foi recompensado com o César de melhor ator coadjuvante.
O francês Alexandre Desplat foi agraciado como o autor da música deste filme, interpretada pela francesa Marion Cotillard.
O César de melhor atriz coadjuvante ficou com Valérie Benguigui, por "O nome do Bebê", e o americano Kevin Costner ganhou um César honorário.
A seguir, a lista de ganhadores da 38ª edição do prêmio César do cinema francês:
- Melhor filme: "Amor", de Michael Haneke
- Melhor diretor: Michael Haneke, por "Amor"
- Melhor atriz: Emmanuelle Riva, por "Amor"
- Melhor ator: Jean-Louis Trintignant, por "Amor"
- Melhor atriz coadjuvante: Valérie Benguigui, por "O nome do Bebê"
- Melhor ator coadjuvante: Guillaume de Tonquédec, por "O nome do Bebê"
- Melhor atriz revelação: Izia Higelin, por "Mauvaise Fille"
- Melhor ator revelação: Matthias Schoenaerts, por "De rouille et d'os"
- Melhor filme estrangeiro: "Argo", de Ben Affleck
- Melhor primeiro filme: "Louise Wimmer", de Cyril Mennegun
- Melhor documentário: "Les invisibles", de Sébastien Lifshitz e Bruno Nahon
- Melhor filme de animação: "Ernest et Célestine", de Benjamin Renner, Vincent Patar e Stéphane Aubier
- Melhor música original: Alexandre Desplat, por "De rouille et d'os"
- Melhor curta-metragem: "Le cri du homard", de Nicolas Guiot e Fabrice Préel-Cléach
- Melhor direção de arte: Katia Wyszkop por "Adeus, minha rainha"
- Melhor figurino: Christian Gasc, por "Adeus, minha rainha"
- Melhor roteiro original: Michael Haneke, por "Amor"
- Melhor fotografia: Romain Winding, por "Adeus, minha rainha"
- Melhor adaptação: Jacques Audiard e Thomas Bidegain, por "De rouille et d'os"
- Melhor edição: Juliette Welfling, por "De rouille et d'os"
- Melhor edição de som: Antoine Deflandre, Germain Boulay e Eric Tisserand, por "Cloclo".
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