British Museum mostra uma viagem ao coração do Islã
LONDRES, 28 Jan 2012 (AFP) -A pé, em lombo de camelo, à vela, milhões de peregrinos tomaram, século após século, o caminho de Meca. Para lembrar a maior romaria religiosa do mundo, o British Museum inaugurou uma grande e inédita exposição sobre os rituais muçulmanos do 'hadj', denominada "Journey to the heart of islam" que poderá ser admirada até o dia 15 abril.
"Esta 'viagem ao coração do Islã' é destinada a muçulmanos e a não muçulmanos, a todos os que querem saber mais sobre uma das grandes manifestações religiosas do mundo", explicou Neil MacGregor, diretor do museu londrino.
"O hadj é a única prática do Islã inacessível aos não muçulmanos", e Meca, a terra sagrada, também é proibida a eles, lembra. "Parece-nos muito importante tentar compreender o que significa a peregrinação para os muçulmanos, hoje, e medir sua importância através dos séculos".
A mostra exigiu três anos anos de preparo e negociações com museus do mundo inteiro para reunir as peças apresentadas de maneira bem didática, tendo ao fundo o som das convocações às preces e o rumor dos peregrinos.
Objetos do cotidiano e obras de arte estão ao lado de vídeos, manuscritos, gravações e fotografias para tentar transmitir a dimensão desse périplo, um dos cinco "pilares do Islã", e que todo o fiel é obrigado a realizar pelo menos uma vez na vida, se tiver meios.
Durante séculos, a viagem em direção ao lugar sagrado do Islã, situado na Arábia Saudita, foi considerada uma verdadeira epopeia: semanas de caminhada a pé ou no dorso de camelos, em comboios, através de montanhas e desertos, com meses de uma viagem de risco no oceano Índico, enfrentando roubos, doenças ou naufrágios.
Na "rota árabe" Bagdá-Meca, a mais antiga das cinco grandes vias tomadas pelos peregrinos, ao longo da história, poços, e demarcações e locais de repouso foram instalados, ao lado de oásis, como relembra a exposição quilométrica apresentada pelo British Museum.
Mapas antigos e astrolábios contribuíram para que as preces fossem feitas na hora exata, assim como bússolas, guia dos rituais, contos de viagem e o soberbo palanquim vermelho e de ouro, a liteira luxuosa destinada ao transporte dos sultões: a essa versão histórica responde a logística moderna, com os peregrinos viajando em ônibus ou aviões, contratando mesmo a viagem numa agência especializada nas programações para Meca.
A fórmula moderna foi iniciada por Thomas Cook, um empresário inglês nascido em 1808, que foi o primeiro agente de viagem do mundo. Ele utilizou um trem fretado e criou a primeira excursão em grupo, chegando a promover a destinação à cidade santa muçulmana, a partir das Índias britânicas, como testemunha um antigo bilhete de passagem.
A exposição também compartilha com os visitantes a experiência vivida por alguns poucos ocidentais que conseguiram chegar a Meca - disfarçados, como o explorador Richard F. Burton, que escreveu logo um livro sobre sua vivência e que se tornou best-seller. Ou como o escocês Evelyn Cobbold. Embora não convertido oficialmente, ele, que dizia "se sentir um verdadeiro muçulmano" obteve das autoridades locais, em 1933, o direito de fazer a peregrinação, quando tinha 65 anos.
A palavra também foi dada a artistas contemporâneos, como Ahmed Mater, que criou um enorme cubo negro imantado que atrai milhares de partículas metálicas - ilustrando o fascínio exercido nos peregrinos pela Kaa'Ba, a construção que fica no centro da grande mesquita de Meca.
A exposição também apresenta uma maquete da cidade santa, organizada em parceria com a biblioteca do rei Abdelaziz em Riad, mas passa muito rápido pelos problemas causados pelo afluxo de peregrinos (3 milhões no ano passado) em termos de segurança.
Em 2006, 364 pessoas morreram pisoteadas. Em 1990, morreram 1.426, em parte sufocadas, após um momento de pânico, num túnel.
"Esta 'viagem ao coração do Islã' é destinada a muçulmanos e a não muçulmanos, a todos os que querem saber mais sobre uma das grandes manifestações religiosas do mundo", explicou Neil MacGregor, diretor do museu londrino.
"O hadj é a única prática do Islã inacessível aos não muçulmanos", e Meca, a terra sagrada, também é proibida a eles, lembra. "Parece-nos muito importante tentar compreender o que significa a peregrinação para os muçulmanos, hoje, e medir sua importância através dos séculos".
A mostra exigiu três anos anos de preparo e negociações com museus do mundo inteiro para reunir as peças apresentadas de maneira bem didática, tendo ao fundo o som das convocações às preces e o rumor dos peregrinos.
Objetos do cotidiano e obras de arte estão ao lado de vídeos, manuscritos, gravações e fotografias para tentar transmitir a dimensão desse périplo, um dos cinco "pilares do Islã", e que todo o fiel é obrigado a realizar pelo menos uma vez na vida, se tiver meios.
Durante séculos, a viagem em direção ao lugar sagrado do Islã, situado na Arábia Saudita, foi considerada uma verdadeira epopeia: semanas de caminhada a pé ou no dorso de camelos, em comboios, através de montanhas e desertos, com meses de uma viagem de risco no oceano Índico, enfrentando roubos, doenças ou naufrágios.
Na "rota árabe" Bagdá-Meca, a mais antiga das cinco grandes vias tomadas pelos peregrinos, ao longo da história, poços, e demarcações e locais de repouso foram instalados, ao lado de oásis, como relembra a exposição quilométrica apresentada pelo British Museum.
Mapas antigos e astrolábios contribuíram para que as preces fossem feitas na hora exata, assim como bússolas, guia dos rituais, contos de viagem e o soberbo palanquim vermelho e de ouro, a liteira luxuosa destinada ao transporte dos sultões: a essa versão histórica responde a logística moderna, com os peregrinos viajando em ônibus ou aviões, contratando mesmo a viagem numa agência especializada nas programações para Meca.
A fórmula moderna foi iniciada por Thomas Cook, um empresário inglês nascido em 1808, que foi o primeiro agente de viagem do mundo. Ele utilizou um trem fretado e criou a primeira excursão em grupo, chegando a promover a destinação à cidade santa muçulmana, a partir das Índias britânicas, como testemunha um antigo bilhete de passagem.
A exposição também compartilha com os visitantes a experiência vivida por alguns poucos ocidentais que conseguiram chegar a Meca - disfarçados, como o explorador Richard F. Burton, que escreveu logo um livro sobre sua vivência e que se tornou best-seller. Ou como o escocês Evelyn Cobbold. Embora não convertido oficialmente, ele, que dizia "se sentir um verdadeiro muçulmano" obteve das autoridades locais, em 1933, o direito de fazer a peregrinação, quando tinha 65 anos.
A palavra também foi dada a artistas contemporâneos, como Ahmed Mater, que criou um enorme cubo negro imantado que atrai milhares de partículas metálicas - ilustrando o fascínio exercido nos peregrinos pela Kaa'Ba, a construção que fica no centro da grande mesquita de Meca.
A exposição também apresenta uma maquete da cidade santa, organizada em parceria com a biblioteca do rei Abdelaziz em Riad, mas passa muito rápido pelos problemas causados pelo afluxo de peregrinos (3 milhões no ano passado) em termos de segurança.
Em 2006, 364 pessoas morreram pisoteadas. Em 1990, morreram 1.426, em parte sufocadas, após um momento de pânico, num túnel.
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