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Prêmio escolhe os melhores escritores latino-americanos no dia 26 de janeiro

Havana

16/01/2012 18h41

O escritor e jornalista uruguaio Eduardo Galeano afirmou nesta segunda-feira (16), em Havana, que a "obediência" aos poderosos pode ser "a penitência" da América Latina, não o seu "destino", ao instalar o júri do 53° prêmio Casa das Américas.

Galeano reafirmou sua amizade pela Casa das Américas, fundada em abril de 1959 pela então nascente revolução de Fidel Castro, em Cuba, destacando que "o verdadeiro amigo é o que critica na sua frente e elogia pelas costas", frase que atribuiu ao nicaraguense Carlos Fonseca, fundador da Frente Sandinista.

O autor de "As veias abertas de América Latina", de posições de esquerda, foi um dos intelectuais que criticou as autoridades cubanas em 2003 pelo fuzilamento, depois de um julgamento sumário, de três sequestradores armados de uma embarcação para fugir da Ilha, e a prisão de 75 dissidentes.

"Cuba duele", disse então Galeano em um artigo publicado no diário mexicano La Jornada, o que foi motivo de seu distanciamento com Havana e uma ausência de vários anos da Casa das Américas.

Os prêmios literários Casa das Américas, um dos mais antigos e prestigiados da região, serão concedidos este ano nas categorias teatro (estão competindo 133 obras, um recorde), ensaio extraordinário (seis), literatura brasileira (34), literatura caribenha em francês ou 'créole' (12) e literatura para crianças (171).

Também estão entre os gêneros os Estudos sobre latinos nos Estados Unidos, categoria na qual concorrem cerca de dez obras.

Os vencedores serão conhecidos no dia 26 de janeiro.